Apesar das acusações de facilitismo e até de ter sido criado para “melhorar as estatísticas” do abandono escolar, retendo os alunos a qualquer preço, o novo estatuto do aluno foi aprovado. Há ainda a esperança no veto presidencial para quem vê a prova de recuperação, entendida como um recurso que substitui a frequência às aulas, como um sinal errado para a sociedade. Mas, vendo bem, o sinal está em linha com as novas políticas, entre as quais a do aborto.
Quem falta às aulas passa assim a ter direito a provas de recuperação até passar; reprovar não é desejável e ser expulso ainda menos. Tudo em nome de uma ideologia utilitarista cara ao novo PREC (”Processo de Recuperação em Curso”), em que “crime e castigo” se travestem em “crime, recuperação e prémio”.
É graças a ela que na discussão sobre o ‘ranking’ das escolas a eficiência ganha aos valores educativos, descuidando os custos humanos que a indisciplina e a má criação sempre promovem.Os mentores da 1ª República pensavam que ir à escola implicava formar bons cidadãos, daí o ‘slogan’ “abram-se escolas, fechem-se cadeias”. Cem anos depois, corremos o risco de acreditar no contrário: “abram-se escolas e cadeias”. (continue a ler>>)
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