30 de abril de 2007

De uma leitora em Óbregon, Sonora, México

Angelo: Recibe un afectuoso saludo desde estas tierras lejanas, y mis sinceras felicitaciones por este nuevo espacio para compartir. Un abrazo, Nohemi De León
*


À Nohemi, que conheci no Instituto Tecnológico de Sonora, dedico estas fotografias que tirei na minha visita ao México. A primeira é da Casa Azul de Frida Khalo, na grande e maravilhosa Cidade do México, enquanto a segunda é de uma rua da Ciudad Obregon, terra dos índios yaquis, no deserto de Sonora, norte do México, já muito perto dos USA. Creio que Las Vegas não ficará a mais do que 6 horas de carro.
Adorei viajar para o México e de conhecer gente muito simpática e amável, com curiosidade pelo Mundo, pelos outros povos, pela sua cultura e história, com especial destaque para a velha Europa. Jovens com muita vontade de aprender.
Também notei uma vontade de crescimento económico fervilhante, procurando mudar toda a estrutura produtiva, dando o salto da agricultura e do gado para as novas tecnologias, mas sem esquecer as tradições, o enraizamento, a integração/reintegração dos trabalhadores e dos empresários. Saltou à vista de qualquer dos visitantes a determinação do Reitor em colocar a Universidade ao serviço das pessoas, da comunidade, das empresas, do desenvolvimento. Uma forte responsabilidade social, uma forte responsabilidade regional - eram palvaras frequentes do Professor Gonzalo Rodríguez.
Faz-nos muito bem viajar, não haja dúvida nenhuma!

De um leitor

Quem morre?

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.


Plabo Neruda - Poeta chileno (12/7/1904-23/9/1973). Prêmio Nobel de Literatura de 1971.
Anónimo na caixa de comentários, 29 de Abril de 2007 10:50

27 de abril de 2007

Fotografias de Sakhalin

(Fotografia de Renato Costa, clique para ampliar)
Acabadinha de chegar esta fotografia de Sakhalin. Vinha com o título "Começou o degelo".

A Reconstrução do Passado - Do Big Bang à Linguagem


«É objectivo da Ciência derivar racionalmente as leis da Natureza que explicam o mundo e a nós próprios. A Cosmologia, a Física, a Química e a Biologia permitem hoje "reconstruir o passado" do Universo e da Terra, da Vida e do Homem, da Linguagem e da Sociedade. Uma série de conferências por especialistas mundiais pretende descrever esta trajectória evolutiva, tal como a ciência a apreende neste início do Século XXI.
Programa:
O big bang/A origem da evolução darwiniana/A origem da vida celular/Os primeiros multicelulares/A origem dos humanos: ossos e pedras/A origem dos humanos: genomas/A evolução da linguagem/A reconstrução do passado»
Pode consultar o programa detalhado aqui.

25 de Abril

...De António Vitorino, no DN, e depois de uma chuva de disparates, um texto inteligente sobre as comemorações do 25 de Abril.

Holocausto

...Um texto importante no Abrupto.

O lugar mais longínquo: Christchurch, New Zealand

Diz o Renato que, afinal, Timor não é o local mais longínquo onde são lidas as Cartas para Skhalin:
«Lamento desapontar Timor mas o teu blog tambem e lido em Christchurch, New Zealand... por isso perde o estatuto de lugar mas longinquo, heheheeh.
Viva Timor Lorossae.»

26 de abril de 2007

Correcção

...Um leitor atento chamou-me a atenção para uma incorrecção: Sakhalin não é o local mais longínquo onde este espaço é lido! Será o mais remoto, mas não o mais longínquo. O mais distante local onde este blogue e, consequentemente, as crónicas do Diário de Aveiro terão leitores é Timor!
...Cada um com o seu estatuto:
......Sakhalin - o local mais remoto
......Timor - o local mais longínquo.

...Permanecerá o nome das crónicas e do blogue, dando-se especial atenção a Timor.

25 de abril de 2007

Fotografias de Sakhalin

(Fotografia de Renato Costa)

Dia da Liberdade

...Hoje comemora-se o dia da liberdade. Os fundadores desse dia não souberam entregá-lo, com as duas mãos, aos seus sucessores no poder, e muito menos ao povo, com especial gravidade no que concerne aos jovens.
...Portugal cresceu muito depois do 25 de Abril de 1974, sobretudo com a entrada no espaço europeu, é bom de ver. Ganhámos dineirinho vindo dos nossos novos "irmãos", cronstruimos infraestruturas básicas, escolas, universidades, estradas, piscinas e muitos centros comerciais.
...Mas falta-nos construir uma sociedade mais séria, mais justa, mais baseada nos valores e nas competências, mais baseada no ser do que no ter.
...A nossa classe política tem sido pródiga nesse falhanço, diga-se o que se disser. O seu exemplo tem sido muito mau.

24 de abril de 2007

Cartas Para Sakhalin - Diário de Aveiro (001)

...Vivemos um mundo complexo, consciência que ganha relevo à medida em que desvanecem desejadas inocências. Não há maneira de o evitar: é preciso olho vivo em cima de pé ligeiro. É necessário saber ler a realidade, tarefa nada fácil!
...A vida ela própria é um livro. As suas páginas mais intrincadas, por vezes de difícil ou angustiante leitura, que vão fazendo estremecer as certezas que sempre procurámos construir como base mínima da nossa sanidade pessoal e social, devemos reequacioná-las como problemas a resolver: desafios. Nada de desistências a favor da maré, por mais árduo que isso seja, por mais tentação que o comodismo possa trazer-nos. Já nem vou falar daquela ideia juvenil de querer mudar o Mundo, apesar de ter de confessar que me desagrada ver que cada vez mais se considera tal ingenuidade uma fraqueza de espírito. Adiante.
...Como alguns vaticinaram e outros desejaram, o fim da história não existe. Mais: depois das duas grandes guerras, apesar da guerra fria, as coisas pareciam mais simples, nessa realidade bi-polar. A velha Europa, trilhando o seu caminho entre os dois blocos, organizava-se como espaço de prosperidade e de paz – havia uma ideia mobilizadora, protagonizada por grandes Homens. A ONU ganhava forma como ideal de defesa dos Direitos Humanos e garante de uma Ordem Internacional. As coisas só podiam melhorar e, de certa forma, é claro, melhoraram. Há mais países em democracia, há mais vigilância sobre os Direitos Humanos, mais consciência dos problemas, estejam eles relacionados com a guerra, a fome, atentados ambientais ou o terrorismo. Porém, temos motivos de sobra para estarmos preocupados com o futuro e nos mantermos vigilantes. Mais do que isso: actuantes.
...O mundo provou ser mais complexo, e até perverso, do que imaginaríamos ou desejaríamos, sim, e nessa penumbra, enfrentamos, com o passar dos anos, a dura realidade do limite das nossas capacidades para vencer temível torrente. Há contudo uma réstia de luz que, por fortuna, permanece desenhando o horizonte: os Homens são também capazes de obras maravilhosas e, quando unidos na vontade, no esforço, nos princípios, na solidariedade e no respeito mútuo, podem mesmo mudar o Mundo, nem que seja, lentamente, alguns milímetros para melhor. Não é sequer necessária a apologia extremista de um Mundo asséptico, imposto por iluminados – ao gosto de tantos –, mas apenas e só de uma vida mais equilibrada, melhor para todos.
...Acredito que estamos numa posição de partida melhor do que alguma vez estivemos. Vivemos numa aldeia global, numa sociedade de informação, onde tudo se sabe, ou quase tudo (eu sei). Esse mundo entra-nos pela casa dentro e generalizam-se, abrindo telejornais, as suas imagens mais sombrias. Isso pode levar-nos a formar, distraidamente, uma perigosa Cortina de Indiferença. É a fome em África, na Ásia, na América Latina – somando-se desastres naturais –, o que se passa no Darfur e em muitos mais lugares, os Direitos Humanos espezinhados todos os dias por todo o lado, a falência da educação e da política, a corrupção, a crescente escravidão humana, racismo, intolerância. Para uns tudo se resume, confortavelmente, ao “eixo do mal”, para outros ao “mal americano” e aos judeus. Há sempre um inimigo ideológico, um planeta a preto e branco – errado!
...É um novelo intrincado esta nossa Terra, parecendo exasperante, mesmo impossível a descoberta das pontas que permitam domá-lo. Um velhote enigmático (e sábio) que conheci há muitos anos disse-me que as pontas desse novelo se encontram uma dentro de cada um de nós e a outra na nossa própria Rua! E terminou dizendo que era preciso percorrê-la descalço, com menos vaidade, em silêncio, escutando, estendendo as mãos.
...Como o Diário de Aveiro teve a amabilidade – e corre o risco – de me emprestar este espaço, eu junto ao ensinamento do ancião a obrigatoriedade de fazermos ouvir a nossa voz.

Nota: Esta crónica será semanal e tematicamente livre. Falará de política(s), livros, arte, blogues e sentimentos. Terá em grande atenção o espaço da lusofonia, que me é muito querido, Será publicada também num blogue com o mesmo nome (http://cartassakhalin.blogspot.com/), lugar mais vasto para as opiniões do autor. Toma o nome de Cartas para Sakhalin porque é o local mais longínquo que conheço – para lá da Sibéria – onde sei que serão lidas.

Dia 1

...Sai hoje o primeiro texto no Diário de Aveiro.

23 de abril de 2007

Aveiro

(Ria de Aveiro, Canal Central. Ângelo Eduardo Ferreira ©)
...Aveiro é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Aveiro, na região Centro e subregião do Baixo Vouga, situada a cerca de 58 km a norte de Coimbra e conta com aproximadamente 60 000 habitantes.
...É sede de um
município com 199,77 km² de área e 73 335 habitantes (2001), subdividido em 14 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Murtosa (seja através da Ria de Aveiro, seja por terra), a nordeste por Albergaria-a-Velha, a leste por Águeda, a sul por Oliveira do Bairro, a sueste por Vagos e por Ílhavo (sendo os limites com este último concelho também feitos por terra e através da ria), e com uma faixa relativamente estreita de litoral no Oceano Atlântico, a oeste.
...É um município territorialmente descontínuo, visto que compreende algumas ilhas na
Ria de Aveiro, e uma porção da península costeira com quase 25 km de extensão que fecha a ria a ocidente.
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