A Era da Consciência
1. A sociedade da informação e comunicação inunda todos os espaços com as suas aliciantes propostas. Normalmente, ou não fosse quase sempre o espírito publicitário a presidir às comunicações actuais, a mensagem procura ser extremamente sedutora, desafiando o consumidor a fazer contas à vida. Este “contas à vida” está muito para além dos euros das compras, pois pode representar os valores e os critérios em que cada pessoa da comunidade inscreve as suas razões e opções. Uma das questões por responder é se, de facto, hoje é mais fácil ou mais difícil “ser pessoa”. Pelo menos que é diferente de outros tempos é bem verdade… Outras épocas, e no fundo até esta época em que a informação cria padrões hegemónicos, a realidade seria bem diversa: inquestionavelmente, os mais novos aprendiam quase todo o património de valores dos mais velhos, seguindo a linhagem religiosa, as múltiplas tradições e mesmo ideias de cariz político. Estamos a generalizar, mas reinava uma ideia de que quase tudo, por obrigação (mesmo que inconsciente), passava «de geração em geração».
2. A época actual oferece mil potencialidades, mas as correspondentes incertezas e desafios. Felizmente muito do progresso abriu os mais variados conhecimentos às diversas classes sociais e a diferentes gerações. Quase que se conseguiu universalizar, «para todos», a educação; o mundo está mais perto de todos nós e nós do mundo; cada pessoa, no bem-vindo assumir da individualidade, acolhe a consciência de uma dignidade e um projecto de vida sempre únicos. Mas, não havendo bela sem senão, novos desafios, tornados responsabilidades, brotam para todos, notando-se muitas fronteiras semi-confusas no plano do fundacional entendimento das liberdades. Quando se enaltece a individualidade de cada um (pressupondo o sentido de comunidade original, «ninguém vive por si mesmo»), muitas vezes, vemos essa ideia transvazar na assunção do individualismo tragicamente indiferente em relação ao bem comum. Mau sinal.
3. Algumas concepções, mesmo tidas como de «modernas» e progressistas, que “usam” a noção da individualidade irrepetível de cada pessoa humana, acabam por gerar padrões de vida publicitados e desgarrados, e mesmo indignos, que pretendem transformar a minoria em referência de quase obrigação geral, ou então que ridicularizam (e chamam de conservador) o pensar e agir de uma maioria muitas vezes distante das grandes questões sociais. Determinadas visões, proclamadas “fracturantes”, de família, de dignidade (no nascimento) da vida humana, da eutanásia, da solidão… espelham bem as difíceis fronteiras dos princípios e valores; e quanto menos falarmos neles (na base da dignidade humana que brota dos direitos e deveres humanos), menos património de sentidos de viver as novas gerações angariam para a vida…
4. É a fascinante (e incerta) era da consciência, em que no meio da amálgama de todas as mil e uma coisas, cada pessoa já não vai “à boleia” da sua cultura, mas tem de discernir e fazer opções. É o tempo das causas, em que mesmo que o oceano vá por um lado, uma “gota de água” consciente do essencial da vida vai por outro... É essa frescura criativa e dinâmica a raiz da vida dos que dão a vida pelos ideais de todos. É preciso refrescar as raízes! Mas para isso, e acima mesmo das neurociências, hoje, qual o lugar da consciência para que ela seja alimentada na raiz?
1. A sociedade da informação e comunicação inunda todos os espaços com as suas aliciantes propostas. Normalmente, ou não fosse quase sempre o espírito publicitário a presidir às comunicações actuais, a mensagem procura ser extremamente sedutora, desafiando o consumidor a fazer contas à vida. Este “contas à vida” está muito para além dos euros das compras, pois pode representar os valores e os critérios em que cada pessoa da comunidade inscreve as suas razões e opções. Uma das questões por responder é se, de facto, hoje é mais fácil ou mais difícil “ser pessoa”. Pelo menos que é diferente de outros tempos é bem verdade… Outras épocas, e no fundo até esta época em que a informação cria padrões hegemónicos, a realidade seria bem diversa: inquestionavelmente, os mais novos aprendiam quase todo o património de valores dos mais velhos, seguindo a linhagem religiosa, as múltiplas tradições e mesmo ideias de cariz político. Estamos a generalizar, mas reinava uma ideia de que quase tudo, por obrigação (mesmo que inconsciente), passava «de geração em geração».
2. A época actual oferece mil potencialidades, mas as correspondentes incertezas e desafios. Felizmente muito do progresso abriu os mais variados conhecimentos às diversas classes sociais e a diferentes gerações. Quase que se conseguiu universalizar, «para todos», a educação; o mundo está mais perto de todos nós e nós do mundo; cada pessoa, no bem-vindo assumir da individualidade, acolhe a consciência de uma dignidade e um projecto de vida sempre únicos. Mas, não havendo bela sem senão, novos desafios, tornados responsabilidades, brotam para todos, notando-se muitas fronteiras semi-confusas no plano do fundacional entendimento das liberdades. Quando se enaltece a individualidade de cada um (pressupondo o sentido de comunidade original, «ninguém vive por si mesmo»), muitas vezes, vemos essa ideia transvazar na assunção do individualismo tragicamente indiferente em relação ao bem comum. Mau sinal.
3. Algumas concepções, mesmo tidas como de «modernas» e progressistas, que “usam” a noção da individualidade irrepetível de cada pessoa humana, acabam por gerar padrões de vida publicitados e desgarrados, e mesmo indignos, que pretendem transformar a minoria em referência de quase obrigação geral, ou então que ridicularizam (e chamam de conservador) o pensar e agir de uma maioria muitas vezes distante das grandes questões sociais. Determinadas visões, proclamadas “fracturantes”, de família, de dignidade (no nascimento) da vida humana, da eutanásia, da solidão… espelham bem as difíceis fronteiras dos princípios e valores; e quanto menos falarmos neles (na base da dignidade humana que brota dos direitos e deveres humanos), menos património de sentidos de viver as novas gerações angariam para a vida…
4. É a fascinante (e incerta) era da consciência, em que no meio da amálgama de todas as mil e uma coisas, cada pessoa já não vai “à boleia” da sua cultura, mas tem de discernir e fazer opções. É o tempo das causas, em que mesmo que o oceano vá por um lado, uma “gota de água” consciente do essencial da vida vai por outro... É essa frescura criativa e dinâmica a raiz da vida dos que dão a vida pelos ideais de todos. É preciso refrescar as raízes! Mas para isso, e acima mesmo das neurociências, hoje, qual o lugar da consciência para que ela seja alimentada na raiz?
http://1632un.blogspot.com Alexandre Cruz [20.04.2008]
1 comentário:
Conflito na Educação demonstrou que faltam "pontes" ao PS - Rui Marques (MEP)
Aveiro, 19 Abr (Lusa) - Rui Marques, ex-alto comissário para a Imigração e dinamizador do Movimento Esperança Portugal(MEP) disse sexta-feira que "é fundamental construir pontes, o que a maioria PS não tem sido capaz de fazer".
Falando na apresentação em Aveiro do MEP, que quer concorrer como partido às eleições de 2009, Rui Marques expôs como uma das prioridades da acção política do Movimento "uma cultura de pontes e de negociação" que a actual maioria PS "não tem tido capacidade para construir".
"é fundamental construir pontes, como se viu na Educação, em que esta maioria não teve capacidade para construir pontes, o que levou 100 mil professores a manifestarem-se na rua. O momento de abertura da ministra chega tarde, porque era evidente que se devia ter negociado no início do processo e ouvido os professores" comentou.
O MEP propõe concretamente o estabelecimento de "pactos de década" para a Educação, a Justiça ou a reforma do Estado.
"Não podemos continuar a mudar de políticas em áreas-chave cada quatro anos e por vezes menos", sustentou Rui Marques, dando conta de que o programa político do Movimento estará pronto até ao final de 2008 e deverá concorrer, como partido político, às eleições de 2009.
Em relação ao seu posicionamento no espectro político, o MEP rejeita a classificação tradicional entre partidos de direita e de esquerda, afirmando "a ousadia de pensar diferente" na sua definição ideológica, assumindo-se como "humanista e pela sociedade da confiança".
"Temos vindo a perder os laços de confiança entre nós e as instituições e precisamos de um Estado que confia. Os custos da desconfiança são bem maiores do que os da confiança.
Defendemos um Estado que se norteie pela reciprocidade no relacionamento com os cidadãos, pessoa de bem, e que assume as penalizações que aplica, quando ele próprio não cumpre.
Queremos um Estado mais árbitro e menos prestador de serviços, que passe da lógica da oferta à da procura e se organize em função das necessidades do cidadão", expôs.
Perante "a crise e o desânimo dos portugueses", o MEP responde com "a política da esperança".
"é uma crise série, que é preciso perceber que vai aumentar, e por isso é fundamental que os portugueses a enfrentem com energia, acreditando em si próprios, correspondendo a três desígnios: ser melhor, transportando o ser uma ideia de identidade. Ser coeso, não deixando ninguém para trás porque todos temos de cuidar de todos. Ser global, porque temos historicamente condições para vingar nesse desígnio, como se viu com os descobrimentos e a emigração", disse.
O MEP, esclareceu, defende a economia social, explicando Rui Marques o conceito: "Os modelos de economia planificada falharam mas é evidente que a economia de mercado é imperfeita pelo que deve ser regulada pelo Estado em função do bem comum".
Elege como uma das suas bandeiras a democracia participativa, retomando a democracia dos cidadãos, porque "o modelo da democracia representativa, com eleições de quatro em quatro anos, não chega" mas garante que o MEP "não surge contra os partidos e os políticos do momento".
MSO.
Lusa/Fim
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