30 de junho de 2007

Fotografias de Timor


Ilhéu de Jaco, Timor-Leste
(Fotografias de Marta Chantal'2007 - clique para ampliar)

Jaco é um paraíso na Terra. Um lugar distante, mesmo para quem está em Timor. Cerca de 7, 8 horas de viagem, de jeep, contando com paragens pelo caminho para comer qualquer coisa, ou para outras necessidades fisiológicas. A viagem, apesar de dura, sobretudo para quem conduz, é deliciosa, e vale a pena repeti-la e repeti-la, vezes sem conta.
Díli, Metinaro, Manatuto - passando por Laleia, a aldeia do Comandante Xanana Gusmão -, Baucau (antiga Vila Salazar, quem diria), Lautém, um desvio a Lospalos, e finalmente Tutuala (antiga Nova Sagres), bem no extremo leste de Timor, de onde se desce à praia e, com a ajuda dos pescadores, se passa de beiro para o Ilhéu.
Durante a viagem, os olhos convertem-se a uma beleza renovada a cada olhar. Há sempre um ângulo diferente, uma tonalidade diferente no céu e no mar. A vegetação muda exuberantemente. A própria configuração dos terrenos não é a mesma a cada deslocação, dependendo das chuvas que se fizeram abater sobre aquele chão sagrado - algumas vezes não encontramos pedaços da estrada "velha", ou então não podemos passar porque a estrada está submersa nas águas que desceram da montanha sem avisar. Outras vezes, tal era o desejo de partir, avançámos mesmo com as núvens carregadas de aviso.
O impulso para passear em Timor, com aquele calor libertador, que nos limita a uns calções, uma t-shirt e chinelas, é o mesmo que temos em Portugal quando chega o Verão, e queremos ir para a praia ou para a montanha - incontrolável. Ali, longe de centros comerciais e de um mundo - o nosso - tão voltado para o consumismo, a futilidade e a distância entre pessoas, dá-se mais atenção ao convívio e à natureza, pelo que, a qualquer oportunidade, ninguém fica para trás. Toca de partir para o interior daquela ilha, que assombrou tantos portugueses que por lá passaram, voltando apaixonados, enfeitiçados.
Durante a viagem, temos a sensação que o avô crocodilo e todos os espíritos dos avós nos acompanham pela beira da estrada, entoando hinos ancestrais, chamamentos, um diálogo com o planeta, com as plantas, com os animais. Os eucaliptos brancos, pequenos, esguios e curvilíneos, parecem entrar nesse diálogo das tradições ancestrais, dançando, como as mulheres de Timor, um delicado tebedai (dança), ao ritmo marcado pelos babadok (tambores).
O caminho para um fim de semana de alegria e paz faz-se quase sempre junto ao mar, com a alma afundada naquele azul turquesa vibrante, mesclado das múltiplas variações de cor que nos vão surgindo à medida que Díli vai ficando para trás.
(continuaremos esta viagem)

3 comentários:

Anónimo disse...

que viagem fantástica!

Anónimo disse...

cláudia, dá-me o teu contacto. manda.mo para o e-mail.bjo
aef

Anónimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Até mais.