17 de julho de 2007

Aborto

Parece-me que nada do que se imaginava será. Nem a lei será, nem a aplicação será, nem a prática será. O Estado quer reduzir para 55 por dia. Reduzir de quantos para 55? Qual é o ponto de partida? Então a lei não começava a ser aplicada ontem?
"Prevenir uma gravidez indesejada é tão importante como prevenir a obesidade ou o aumento do colesterol. É um acto de lucidez, de responsabilidade e de cidadania. É um hábito de vida saudável", defendeu Francisco George. O director-geral de Saúde não tem dúvidas a prevenção é crucial e o planeamento familiar terá de ser totalmente enraizado pelos cidadãos. Não só mulheres mas também homens. Por isso, os centros de saúde não podem ter falhas nos stocks de contraceptivos. "Prevenir uma gravidez indesejada é tão importante como prevenir a obesidade ou o aumento do colesterol. É um acto de lucidez, de responsabilidade e de cidadania. É um hábito de vida saudável", defendeu Francisco George. O director-geral de Saúde não tem dúvidas a prevenção é crucial e o planeamento familiar terá de ser totalmente enraizado pelos cidadãos. Não só mulheres mas também homens. Por isso, os centros de saúde não podem ter falhas nos stocks de contraceptivos. (in JN)
E para completar o ramalhete, a propósito dos clínicos que podem negar-se a fazê-lo nos hospitais públicos para o irem fazer nas clínicas privadas, diz o coordenador do programa nacional de saúde reprodutiva:
«Perdoem-me se posso ser benévolo na minha análise mas acredito que os portugueses ainda são sérios. Não se pode duvidar tanto", invocou Jorge Branco que apelou à Imprensa para ajudar o Estado a detectar os possíveis violadores "Ajudem-nos a ficar atentos".»
Que é mais ou menos o mesmo que dizer: façam queixinha, façam queixinha, que eu gosto.
E eu deixo a pergunta: desta forma, como é que estará Portugal de Saúde Reprodutiva da parvoíce?
(leia mais no Público)

2 comentários:

Anónimo disse...

É uma hipocrisia...
No período que antecedeu o referendo do aborto, o Ministro da Saúde disse que iriam ser muito severos com os médicos objectores de consciência no público e que praticariam abortos no privado, dizendo que que iriam criar medidas de controlo, blá, blá blá.
E agora é isto!
Então o Ministério da Saúde não cria o registo nacional de objectores de consciência porquê?
Até a Ordem dos Médicos concorda...
De facto é melhor fazer queixinhas, como é um assunto pouco importante, pouco delicado, as pessoas quando encontrarem um médico destes vão mesmo fazer queixa, expor-se em tribunal a dizer que queriam fazer um aborto no hospital mas que o senhor doutor a mandou para a clínica...
Fico doida com isto!
E onde é que estão os movimentos cívicos que tanto se organizaram para a campanha no referendo?

Anónimo disse...

afinal vai haver um registo nacional...