Vasco Graça Moura, num texto hoje no DN (O Caso das Borboletas Trapalhonas), veio levantar um aspecto importante relativo às desculpas algo esfarrapadas do MAI e à justificação que deu para a actuação da GNR, que para ele foi exemplar. Vindo deste ministro, é ainda mais grave. Se fosse noutros tempos, já estava na rua. Confesso não ter simpatia nenhuma por ele. Recordo-me bem como na altura do referendo do aborto já ter notado que ele se estava a fazer ao prato. Não me pareceu isento, equilibrado, antes prontinho a fazer jeitos a qualquer custo. Não gosto desta falta de espinha na política. Há gente a mais, desta, num país tão pequeno. E, se calhar, é mesmo por isso, por ele ser pequeno. Então não viram o que ainda há pouco tempo aconteceu com o Sr. Júdice? Por falar nisso, tudo ficou esquecido, tudo não passou de um filme. Mas cá para mim, há muitas gente pronta a favores na política para ganhar alguma coisa em troca. Há quem me diga, com alguma frequência: «Eles é que sabem.»
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Aqui vai:
«O n.º 3 do art.º 255 do Código de Processo Penal manda fazer exactamente o contrário daquilo que a GNR fez no caso dos transgénicos: em flagrante delito, primeiro procede-se à detenção e, se o procedimento criminal depender de queixa e esta não for apresentada, depois é que a detenção é levantada.
A GNR não deteve ninguém. O ministro da Administração Interna ignorou a questão do flagrante delito!
A GNR só identificou seis pessoas. Deixou escapar umas dezenas de criminosos estrangeiros, mascarados e surpreendidos em flagrante delito, apesar de se dever pensar que 18 dos seus agentes deviam chegar para deter e identificar a horda.»
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