30 de outubro de 2007

Na Linha da Utopia

Alerta Amazónico!
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1. A ordem do dia irá ser cada vez mais marcada pelas questões ambientais. Como ao longo de cerca de duas décadas tem sublinhado Al Gore, Nobel da Paz 2007, «esta é uma questão moral, que afecta a sobrevivência da civilização humana». Ao olhar para trás, muitos foram os profetas que, do Oriente ao Ocidente, anteciparam a urgência de uma nova relação com a natureza que, afinal, também somos, e a qual devemos preservar. É isso mesmo, no fim de contas, esta é uma questão de “dever” ético.
2. À semelhança de muitos países africanos, por terras brasileiras, desde os tempos mais remotos dos “achamentos”, que os recursos naturais são explorados desmedidamente. De um lado, justificadamente, a necessária sobrevivência humana, do outro o interesse económico explorador que torna impossível uma saudável e urgente preservação. Diante dos que exploram desmedidamente muitos têm sido, em terras brasileiras, os mártires da defesa ambiental, de que poderá destacar Chico Mendes (no Acre, assassinado em 1988) e a Irmã Dorothy Stang que foi assassinada, aos 73 anos de idade, em Fevereiro de 2005.
3. Mas os ritmos dessa exploração descontrolada hoje são outros, bem piores, vão-se agravando, numa velocidade que obriga a fazer as contas ao tempo de vida do “pulmão” amazónico. Hoje, o desejo pelas madeiras tropicais vai desbravando mundos e fundos, onde os interesses madeireiros e agrícolas no extenso Brasil coloca em perigo o mais rico e diverso ecossistema do mundo. Sendo certo que nas zonas de proximidade da Amazónia o “mercado” é o rio e a floresta, o facto é que tanto a desflorestação desordenada como a sua queimada nas carvoarias ou não, além de ir secando o pulmão, representa uma gigantesca emissão de CO 2.
4. Com o ritmo a que se vai, com a destruição de cerca de 15 milhões de floresta tropical por ano, são aproximadamente 8 mil milhões de toneladas de CO 2 (dióxido de carbono) emitidas anualmente com o fumo dos incêndios, (para termos uma ideias) “factura” muito superior às emissões dos transportes terrestres. Que temos nós a ver com tudo isto? Que podemos fazer? Que soluções alternativas? A nossa sensibilização será sempre o primeiro passo para a mudança de mentalidade / acção. Mundo global, mais que nunca os bens ou os males de uma comunidade local, mais cedo que parece, chegam a toda a comunidade humana. Afinal, uma cidadania humana planetária, uma TERRA-PÁTRIA, é hoje a casa (OIKOS) comum. Colheremos sempre os fruto do que semeamos! Sem fanatismos, com realismos!

AC [29.10.07]

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