CONVÉM APRENDER UMA NOVA PALAVRA: OBAMAMANIA
João Miguel Tavares (DN)
jmtavares@dn.pt
Se no mundo desencantado em que vivemos ainda houver espaço para acreditar em homens providenciais, então eu quero acreditar neste. Minhas senhoras e meus senhores: Barack Hussein Obama, "o rapaz magrito de nome esquisito" (definição do próprio) que está a candidatar-se à Presidência dos Estados Unidos, pode muito bem vir a ser a melhor notícia para o Ocidente desde a queda do muro de Berlim. Com um pai queniano, uma mãe do Kansas, um nome árabe, crescido no Havai, educado na Indonésia e formado em Harvard, Barack Obama é a encarnação do sonho americano, numa época em que já poucos pareciam acreditar que ele continuasse a existir. Mas como o próprio afirmou no seu discurso de vitória nas primárias do Iowa, "a esperança é o pilar da América. A crença de que o nosso destino não vai ser escrito por outros, mas por nós". Se esta noite ele voltar a ganhar em New Hampshire, a sua candidatura será imparável e tem tudo para acabar na Casa Branca.A intervenção de Obama após os caucus de dia 3 (é fácil de encontrar no YouTube) é dos melhores discursos que ouvi na vida, sobretudo porque numa época completamente enjoada da política e dos políticos, e num país esmagado pela incompetência de George W. Bush, Barack é uma injecção de optimismo capaz de empurrar para as mesas de voto mesmo quem tinha jurado não voltar a sair de casa. Os cínicos dirão que ele é apenas profissional e fotogénico, e mesmo politicamente são muitos os europeus que preferem continuar a odiar a América a correr o risco de se entusiasmarem com um dos candidatos à sua liderança. Mas Obama é mesmo o político americano mais entusiasmante das últimas décadas, e só um cego o pode reduzir a uma construção engenhosa para tempos mediáticos. Bem pelo contrário: tudo nele parece genuíno, num cruzamento improvável entre John F. Kennedy e Martin Luther King, e a sua própria retórica é old school.O que ele conseguiu no Iowa é a todos os títulos admirável, levando os jovens em peso aos caucus, conquistando a esmagadora maioria dos independentes e arrebatando mais votos às mulheres do que Hillary Clinton. De Hollywood aos recantos anónimos da América, são cada vez mais os que dizem: "Nunca antes tinha visto um político assim." Por isso, de dia para dia, o fenómeno cresce, ao ponto de já se ter inventado esta palavra: "Obamamania." Consequência: no início de 2009, um homem negro pode vir a entrar na Sala Oval da Casa Branca. E, pela primeira vez, não será para sacudir o pó ao cadeirão presidencial, mas para se sentar nele. Obamamania - quem disse que a política já não entusiasmava ninguém?
Se no mundo desencantado em que vivemos ainda houver espaço para acreditar em homens providenciais, então eu quero acreditar neste. Minhas senhoras e meus senhores: Barack Hussein Obama, "o rapaz magrito de nome esquisito" (definição do próprio) que está a candidatar-se à Presidência dos Estados Unidos, pode muito bem vir a ser a melhor notícia para o Ocidente desde a queda do muro de Berlim. Com um pai queniano, uma mãe do Kansas, um nome árabe, crescido no Havai, educado na Indonésia e formado em Harvard, Barack Obama é a encarnação do sonho americano, numa época em que já poucos pareciam acreditar que ele continuasse a existir. Mas como o próprio afirmou no seu discurso de vitória nas primárias do Iowa, "a esperança é o pilar da América. A crença de que o nosso destino não vai ser escrito por outros, mas por nós". Se esta noite ele voltar a ganhar em New Hampshire, a sua candidatura será imparável e tem tudo para acabar na Casa Branca.A intervenção de Obama após os caucus de dia 3 (é fácil de encontrar no YouTube) é dos melhores discursos que ouvi na vida, sobretudo porque numa época completamente enjoada da política e dos políticos, e num país esmagado pela incompetência de George W. Bush, Barack é uma injecção de optimismo capaz de empurrar para as mesas de voto mesmo quem tinha jurado não voltar a sair de casa. Os cínicos dirão que ele é apenas profissional e fotogénico, e mesmo politicamente são muitos os europeus que preferem continuar a odiar a América a correr o risco de se entusiasmarem com um dos candidatos à sua liderança. Mas Obama é mesmo o político americano mais entusiasmante das últimas décadas, e só um cego o pode reduzir a uma construção engenhosa para tempos mediáticos. Bem pelo contrário: tudo nele parece genuíno, num cruzamento improvável entre John F. Kennedy e Martin Luther King, e a sua própria retórica é old school.O que ele conseguiu no Iowa é a todos os títulos admirável, levando os jovens em peso aos caucus, conquistando a esmagadora maioria dos independentes e arrebatando mais votos às mulheres do que Hillary Clinton. De Hollywood aos recantos anónimos da América, são cada vez mais os que dizem: "Nunca antes tinha visto um político assim." Por isso, de dia para dia, o fenómeno cresce, ao ponto de já se ter inventado esta palavra: "Obamamania." Consequência: no início de 2009, um homem negro pode vir a entrar na Sala Oval da Casa Branca. E, pela primeira vez, não será para sacudir o pó ao cadeirão presidencial, mas para se sentar nele. Obamamania - quem disse que a política já não entusiasmava ninguém?
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