17 de setembro de 2007

Na Linha Da Utopia

12 de Setembro

Tem sido este o dia dos dias em que “estamos”, o dia seguinte depois de uma noite de pesadelo. Há seis anos, neste amanhecer do 12 de Setembro, o pó começava a baixar e das cinzas da capital americana erguia-se a reflexão mundial sobre o que aconteceu, e (mais importante) porque aconteceu.
Líderes políticos e religiosos, académicos e sociais, todos nesse dia proclamaram acreditar na liberdade e na paz, mas, muitas vezes, os hábitos diários empalidecem e comprometem esses mesmos valores desejados nas terras fartas (e às vezes vazias) do ocidente.
Após um muro aberto (Berlim, 1989), outro muro se ergueu no mapa da geopolítica das forças em confronto. Que coisa esta da vida dos humanos, será que é sempre preciso haver alguém do “outro” lado para se procurar novos equilíbrios? Precisam as sociedades do confronto para sobreviverem? Até quando?
Ainda que com muito reconhecimento das diferenças sociais, culturais e religiosas, ainda que ora com esforço ora com indiferença, a verdade é que o rastilho continua aceso e as reflexões sobre os “porquês” para melhor gerir os “para quês” continuam, parece, infecundas. Afinal, em que o 11.09.2001 renovou a ONU?
Talvez, no fundo, não alimentemos o “acreditar” na liberdade e paz que proferimos; talvez ainda não dêmos a importância devida ao fundamental das razões do terrorismo para na “origem” diluir não com armas mas com “valores”; talvez, ainda, a busca do protagonismo e do ter das nações e a ausência de “tempo” não dê margem de manobra.
Tanto foi reflectido, tanto foi feito de bom na procura de pontes de conhecimento mútuo para entendimentos superiores. Mas tão pouco espaço e escasso significado planetário tem, ainda, o projecto Diálogo de Civilizações. Sim, todos vulneráveis…todos em diálogo!
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Alexandre Cruz [11.09.07]

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