(fotografia de Marta Chantal'2007)
Que belas imagens de Díli, sem dúvida alguma! Ao olhar para elas sinto uma saudade enorme, uma nostalgia de fim de tarde. Lembro-me de passear pela Avenida de Portugal, sentindo aquele vento que inclina as palmeiras e, mais à frente, chegando ao Palácio do Governo, em direcção a Lecidere, os barcos, esses barcos místicos, num suave balanço, sobre os quais se abatem as maravilhosas cores do pôr-do-sol. Lá chegado, já não há vento. Ainda se encontram alguns pescadores e vendedores de peixe, sempre animados e dispostos a um contacto brincalhão com quem passa. Há que procurar vender. «Malae, ikan di'ak los.» Uma abanadela para despachar as moscas que o calor e o cheiro ali trouxeram, uma molhadela para lhes dar um ar mais fresco, e toca a meter conversa. Mais à frente o supermercado da Lita, as vendedoras de fruta nas bancas, as crianças a vender também, mas mais afoitas, atravessando a estrada para um contacto mais próximo com o cliente. E depois, vem aquele aroma do mar nos trópicos, ia jurar que com um bocadinho de goiaba que vem lá do Mercado Lama ou da estrada para Taibessi. Sentado na beira do mar, esse mar oceano, sabemos que Portugal está longe, mas existe, sobretudo no nosso imaginário da distância.
3 comentários:
Fico de coração apertado com tantas saudades... bjinhos, Marisa
também eu, que saudades desses caminhos tantas vezes percorridos a pé ou de bicicleta...
um abraço grande!
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