30 de setembro de 2007

Na Linha Da Utopia

Implosão política?

1. Implosão? Certamente que não! Mas a conjuntura da eleição do líder partidário do maior partido da oposição confirmou como vamos andando. Claro que a actividade política, como fenómeno geral, não se esgota nos partidos, embora estes, com seus “aparelhos”, na hora da verdade, acabem por abafar outras opções. De quando em quando fala-se e vêem-se movimentos cívicos e mesmo outras novas formas de “participação” mas que, com pena, passado umas semanas, perdem a força por falta de estrutura própria acabando por ter vida breve.
2. O dizer-se que “cada país tem os políticos que merece”, além de ser comentário fácil e/ou mesmo de descomprometida analítica, sempre generalista, resulta em não acrescentar nada de bom e novo à realidade. Os fenómenos comunicacionais de hoje, que sobrepõem o entretenimento às questões de fundo (que o diga Santana Lopes na adiada Entrevista à Sic Notícias), acabam por ser o espelho de uma verdade cultural, da qual então se poderá dizer, isso sim, que “cada país tem os cidadãos que merece”, ou melhor: “cada país tem os cidadãos que tem (somos)!”
3. As recentes eleições do maior partido da oposição de feridas abertas merecem a maior atenção; como já antes haviam merecido a maior importância as eleições para a presidência da Câmara de Lisboa da qual saiu vitoriosa a abstenção. Tanto para os próprios como para o país, o “à deriva” confuso político-partidário é sempre sinal que deita a perder todas as boas intenções de todos. Fenómeno não novo e preocupante (por caricato) era tristemente interessante de observar na reclamação “ética” de ambas as partes, quando nenhuma delas tinha esse oxigénio vital de completa dignidade. Assim, não há condições!
4. Como edifício em implosão, diante de uma sempre inquietante abstenção cultural entretida, as bases de uma desejada credibilidade política vão ruindo. Não de fora, mas por dentro. Pior ainda! Mau para todos. Custando muito construir uma “torre”, num instante ela pode cair. Mas tudo continuará, a viagem humana sempre foi assim! Todavia, embora pareça interessante ao timoneiro do barco comum o desnorte alheio, não se pense que isso é bom… As eleições legislativas de 2009 trazem consigo o perigo da super-concentração do poder; isso sempre foi, no mínimo, menos bom (e por vezes mau)... A democracia real e dinâmica da liberdade precisa de oposições credíveis. Essa será a base saudável e autêntica de uma comunidade que sabe (con)viver com a diferença de opinião. Isso!
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Alexandre Cruz [30.09.2007]

28 de setembro de 2007

FEIRAS EUROPEIAS DE EDUCAÇÃO

Tão amigos que eles estão

Orquestra de Vegetais em Águeda

ABERTURA DO FESTIVAL
Sábado 29 Setembro, 21h45 Cine-Teatro São Pedro, Águeda
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The First Vienna Vegetable Orchestra (Áustria)
The First Vienna Vegetable Orchestra abre, em grande estilo, a programação do 6º Festival O Gesto Orelhudo. Surpreendem pela originalidade: pepinos, pimentos, cenouras, couves e abóboras são apenas alguns dos vegetais que esta invulgar orquestra transforma em instrumentos. A Vegetable Orchestra reúne um naipe de músicos austríacos de alta formação, sendo um deles também cozinheiro. Só usam vegetais frescos e de boa qualidade na suas actuações, para garantir a afinação e resistência dos... instrumentos. Por isso, no próprio dia do concerto, no mercado semanal de Águeda, vão ser adquiridos os legumes e hortaliças que, depois de transformados, deliciarão os ouvidos dos espectadores à noite. No final do espectáculo, os instrumentos acabarão numa bela sopa oferecida ao público (daí o cozinheiro).
DESCARREGUE O PROGRAMA COMPLETO DO FESTIVAL

27 de setembro de 2007

Na Linha Da Utopia

O Estado (da questão)
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1. A liberdade anda perdida. A visão de liberdade que se proclama é mais a “exclusão neutralista” que o generoso acolhimento da diversidade valorativa. Para algumas mentalidades (pro)motoras, às quais a indiferença futebolística dá jeito, parece que ainda estamos na Revolução Francesa (1789), onde a “liberdade, igualdade e fraternidade” são unilaterais, só para alguns. A razão de Estado, até aí convergente e daí emergente, mais que acolher a riqueza da diversidade em dignidade da vida das pessoas, visa(va) impor o seu próprio modelo. Mais que uma liberdade que acontecesse na vida das pessoas, ela ganhava contornos de oposição bloqueadora da própria liberdade (pessoal e institucional). Pura ironia da história humana!
2. Qual o lugar das pessoas na decisão do Estado? Que margem de participação têm as pessoas a quem se dirige a lei aprovada? Quando legislação é sinónimo de imposição, temos a própria democracia em questão. Claro haverá a hierarquia de verdades, claro que nem tudo o que a maioria quer é automaticamente verdade com dignidade. A agenda do país está controlada, e nessa rede de (pre)ocupações tanto pouco lugar terão os excluídos da sociedade (sejam pobres sem curso ou com curso), como os que procuram cuidar o seu acompanhamento. Não sendo nenhuma diversidade proprietária de tudo, estes, conotados com isto ou com aquilo (esquecendo-se a agenda que o essencial é o serviço às pessoas), têm o campo de acção apertado, limitado, para fechar.
3. Pura ilusão, quando a razão de Estado asfixiará os próprios donos da agenda; eles também serão as vítimas da sua ilusão. Esquecem-se que as voltas da vida mudará os cenários e que um dia precisarão de cuidados médicos e, na humildade radical, de alguém que lhes dê uma “esperança”. O que faltará na profunda formação humana que nos venha, duma vez por todas, dizer que liberdade (não é exclusão da profundidade humana) mas será todos termos oportunidade de nos sentirmos em casa, cada um na sua diversidade de pensamento?! Há tanto a apre(e)nder! Mas até lá os estragos vão frutificando. (A última vergonha é o “afastamento” dos capelães hospitalares e da pessoa doente ter de “assinar” a sua vinda…! Para bom entendedor… Em liberdade, haja acolhimento de todas as perspectivas e não a sua exclusão. Para quê negar o próprio futuro?). Felizmente nem tudo (ainda?) é assim; mas a liberdade anda sem cor!
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Alexandre Cruz [27.09.2007]

Grande ensinadela

Bem, digam lá que esta não foi bem feita? Sem palavras!

26 de setembro de 2007

Eleições nos EUA

Blog português de apoio à candidatura de Ron Paul. O candidato à presidência dos Estados Unidos da América está a desafiar o statu quo das ideias e a levantar, pelo menos na Internet, uma interessante discussão de ideias. Pelo menos isso, ideias, em vez dos habituais fait-divers. Fica o convite à leitura.

Cartas para Sakhalin - Diário de Aveiro (17)

Aqui a praxe é outra conversa

Numa rua que dá acesso à nossa universidade, dei-me conta de muita gente nova em passo firme e acelerado, mais raparigas do que rapazes, papéis nas mãos, como se estivessem a agarrar o primeiro dia de um importante percurso.
Estando em Setembro, rapidamente percebi do que se tratava: com o Outono vem a primavera estudantil e a cidade vive dias de grande alegria e renovado dinamismo. Chegaram a Aveiro jovens esperançosos num futuro promissor e, por isso, dispostos a grande esforço para se tornarem bons profissionais, acreditando que isso lhes trará, apesar dos difíceis desafios a suplantar, uma carreira, sucesso, dignidade. Para alguns, oriundos de famílias humildes, é mesmo o sonho derradeiro de uma vida melhor, com menos sacrifícios do que os seus pais tiveram de suportar para que eles pudessem estudar.
(continua depois de publicada no Diário de Aveiro)

Na Linha Da Utopia

Clima, o Processo!
1. Por estes dias um senador americano, Ernie Chamberes (do estado de Nebraska, EUA), apresentou um processo criminal contra “Deus”. A razão deste processo aberto no condado de Douglas é que, no pensar do jurista, “Deus” é o culpado pelas tragédias climáticas, tais como “inundações, furacões horríveis e terríveis tornados”. Nas terras do tio Sam em que tudo é possível, vem dizer, também, este processo, que a liberdade americana não tem limites, tendo mesmo a capacidade de apresentar um processo de tribunal contra “Deus”, esperando o jurista receber a resposta divina. (Há gente para tudo!)
2. Felizmente que este ridículo – tanto científico como teológico (na percepção sobre quem é Deus e sobre o que é a liberdade humana) - é facilmente destronado pelos comprovados dados científicos e (não sendo tal decisivo) mesmo pela opinião pública informada. O recente mega-inquérito da BBC em 21 países (a 22 mil pessoas) revela forte apoio popular no combate ao aquecimento global, sendo que a grande maioria sublinha ser preciso agir já e em escala global. A maioria das pessoas acha, assim, que o ser humano na sua ingerência é o responsável, não podendo os decisores (ainda que…) ficar de braços cruzados.
3. As verdades fundamentais não dependem nunca de inquéritos. Ainda assim, na base da razão e do bom-senso, o pensar colectivo hoje, felizmente, é de encarar a realidade, não desculpabilizando para outrem aquilo que é da responsabilidade humana. Bom seria que esse senador americano, em maturidade (humana, científica e teológica), não atirasse para a “serpente” aquilo que é determinado pela nossa liberdade (responsável ou não). E se ele fosse conversar com George W. Bush para “abrir” o entendimento do chefe de estado mais poluidor?! Assim não há condições!
4. Nestes dias o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, põe dezenas de chefes de Estado e de governo a debater estas questões na cidade cómoda de Nova Iorque. Não sabemos lá como estará o tempo, se chove granizo, vendaval ou não! Mas que o clima seja de decisão ambiental. Só ela compensa, só por aí teremos futuro. Não será preciso, sequer ver as verdades de All Gore para concluirmos que todos temos de mudar este paradigma de (sub)desenvolvimento ambiental. Quanto mais tarde, pior! (Vai doer mas terá de ser!)
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Alexandre Cruz [26.09.2007]

Abertura Oficial do Ano Lectivo

Lista de estudantes da UA galardoados na cerimónia de abertura do ano lectivo 2007/2008
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- BOLSAS DE ESTUDO MELHORES CALOIROS (Manutenção de Bolsa)
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Por terem obtido sempre, desde a sua entrada na Universidade de Aveiro, uma média igual ou superior a 17,5 valores mantêm a bolsa, no ano lectivo 2006/2007, os seguintes alunos:
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*Ana Teresa Maia de Almeida (nº 30190) da Licenciatura em Línguas e Relações Empresariais, aluna premiada desde 2003, com a média acumulada de 17,6 valores
*Graça Raquel Veiga Vaz (nº 36017) da Licenciatura em Engenharia Química, aluna premiada desde 2005, com a média acumulada de 17,9 valores
*Tiago Costa Gonçalves (nº 35546) da Licenciatura em Engenharia Electrónica e Telecomunicações, aluno premiado desde 2005, com a média acumulada de 17,5 valores
*José Daniel Lago da Silva Neves Gouveia (nº 35846) da Licenciatura em Física, aluno premiado desde 2005, com a média acumulada de 17,7 valores
*Tiago Jordão Grilo (nº38296) da Licenciatura em Engenharia Mecânica, aluno premiado desde 2006, com a média acumulada de 18,1 valores
*André Antunes de Carvalho Albuquerque (nº39370) da Licenciatura em Engenharia Física, aluno premiado desde 2006, com a média acumulada de 18,0 valores
*Romeu Rabaça Monteiro (nº39021) do Mestrado Integrado em Engenharia Electrónica e Telecomunicações, aluno premiado desde 2006, com a média acumulada de 17,6 valores
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- PRÉMIOS UNIVERSIDADE DE AVEIRO
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Melhor aluno no ano lectivo 2006/2007 do 1º ano dos cursos de ciências e engenharia
Tiago Jordão Grilo (nº 38296) da Licenciatura em Engenharia Mecânica com média de 18,1 valores
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Melhor aluno no ano lectivo 2006/2007 do 1º ano dos cursos das restantes áreas
Marisa Baptista Grosso (nº 38162) da Licenciatura em Economia com média de 17,1 valores
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- PRÉMIO MARTIFER
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Melhor aluno na disciplina de Construção Metálica que cumulativamente tenha terminado em 2006/2007 a Licenciatura em Engenharia Civil
Daniel Prata Tavares (nº 28669) nota da disciplina: 18 valores; média final da licenciatura: 14 valores
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- PRÉMIOS BPI
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Melhor finalista da Licenciatura em EconomiaAna Catarina Palos Souto De Miranda (nº 29968) que concluiu o curso com média de 14,5 valoresMelhor finalista das licenciaturas em Engenharia não contempladas com prémios específicosCarin Cristina De Almeida Mateus (nº28070) que concluiu a Licenciatura em Engenharia Geológica com média de 14,1 valores

- PRÉMIO CÂMARA MUNICIPAL DE ÁGUEDA
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Melhor finalista dos cursos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de ÁguedaVânia Margarida Fernandes Lopes (nº 33704) que concluiu o curso de Bacharelato em Gestão Pública e Autárquica com média de 15,2 valores
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- PRÉMIO CÂMARA MUNICIPAL DE ÍLHAVO
Melhor finalista da Licenciatura em Planeamento Regional e UrbanoTiago David Almeida Da Cruz Picão (nº 30327) que concluiu o curso com média de 14,2 valores

- PRÉMIOS MUNICÍPIO DE AVEIRO
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Melhor finalista da Licenciatura em Educação de InfânciaSusana Cristina Melão Duarte (nº 30921) que concluiu o curso com média de 16.1 valores
Melhor finalista da Licenciatura em Ensino de Biologia e GeologiaRoberto Carlos Domingues Martins (nº 28329) que concluiu o curso com média de 16.5 valores
Melhor finalista da Licenciatura em Ensino de Física e QuímicaAna Luísa Monteiro Da Silva (nº 28190) que concluiu o curso com média de 14.7 valores
PRÉMIO CORREIOSMelhor finalista da Licenciatura em DesignAna Catarina Rodrigues Sobral (nº 30087) que concluiu o curso com média de 16.3 valores
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- PRÉMIO DEPARTAMENTO DE DIDÁCTICA E TECNOLOGIA EDUCATIVA
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Melhor finalista da Licenciatura em 1º Ciclo de Ensino BásicoJoana Carina Alves Ferreira (nº 27514) que concluiu o curso com média de 16.3 valores
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- PRÉMIOS DOW PORTUGAL
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Melhor finalista da Licenciatura em Engenharia do AmbienteJoana Gabriela Bartolomeu Maio (nº 28661) que concluiu o curso com média de 13,9 valores
Melhor finalista da Licenciatura em QuímicaMarília Barreiros Dos Santos (nº 28448) que concluiu o curso com média de 13.9 valores
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- PRÉMIOS ENGENHEIRO ANTÓNIO DE ALMEIDA
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Melhor finalista da Licenciatura em Ensino de MúsicaÉlio De Jesus Carneiro (nº 27557) que concluiu o curso com média de 15,9 valores
Melhor finalista da Licenciatura em Ensino de Inglês e AlemãoAna Rita Gomes Costa (nº 28174) que concluiu o curso com média de 15,5 valores
Melhor finalista da Licenciatura em Ensino de Português e InglêsVera Rute Silva de Jesus Marques (nº 28168) que concluiu o curso com média de 16,3 valores

- PRÉMIO ENGENHEIRO ANTÓNIO PASCOAL
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Melhor finalista da Licenciatura em Engenharia MecânicaNuno Miguel Pinto Oliveira (nº 27739) que concluiu o curso com média de 15,4 valores
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- PRÉMIO ENGENHEIRO JOSÉ FERREIRA PINTO BASTO- (ALCATEL)
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Melhor finalista da Licenciatura em Engenharia Electrónica e TelecomunicaçõesMiguel Vidal Drummond (nº 27652) que concluiu o curso com média de 17.9 valores
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- PRÉMIO JOÃO NETO
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Melhor finalista da Licenciatura em Tecnologias da Informação e ComunicaçãoNorma Daniela Leite De Magalhães (nº 30615) que concluiu o curso com média de 14,4 valores

- PRÉMIO LUDWIG VAN BEETHOVEN
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Atribuído aos melhores finalistas da Licenciatura em Engenharia de Materiais com média igual ou superior a BomAna Daniela Isidoro Brandão (nº28373) que concluiu o curso com média de 15,2 valores Joana Margarida Nunes Dos Santos (28364) que concluiu o curso com média de 13,9 valores

- PRÉMIOS OLIVEIRA & IRMÃO
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Melhor finalista da Licenciatura em Engenharia FísicaTiago Emanuel Pereira Ventura (nº 27704) que concluiu o curso com média de 16,4 valores
Melhor finalista da Licenciatura em Engenharia e Gestão IndustrialAna Catarina Da Costa Rodrigues (nº 27852) que concluiu o curso com média de 14,6 valores

- PRÉMIOS CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
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Melhor finalista da Licenciatura em Gestão e os dois melhores, de, entre os melhores finalistas de cursos não contemplados com prémios específicos Melhor finalista da Licenciatura da Licenciatura em GestãoJosé Miguel Cachulo Pereira (30517) que concluiu o curso com a média de 16,3 valores
Melhor finalista da Licenciatura da Licenciatura em EnfermagemSusana Maria De Almeida La-Salete (13231) que concluiu o curso com a média de 16,8 valores
Melhor finalista da Licenciatura em Engenharia e Computadores de TelemáticaJoão Paulo Pagaime Da Silva (nº 28123) que concluiu o curso com média de 16,7 valores
Melhor finalista da Licenciatura em Bioquímica e Química AlimentarVânia Maria Amaro Calisto (nº 30590) que concluiu com média de 16,7 valores
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- PRÉMIO COMENDADOR LATINO CAROCHO
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Melhor bolseiro dos Serviços de Acção Social da Licenciatura finalista de um curso da área de LínguasAntónio João Monteiro Da Rocha (nº 30068) que concluiu a Licenciatura em Línguas e Relações Empresariais, com média de 15,5 valores
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PRÉMIOS ÁGUAS S.CRISTÓVÃO
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Melhor aluno bolseiro residente dos Serviços de Acção Social dos cursos de ciências e engenhariaFilipe Sousa Pinto (nº 35925) da Licenciatura em Eng.ª Física com média de 17,3 valores Melhor aluno bolseiro residente dos Serviços de Acção Social, não contemplado com outros prémios, dos cursos das restantes áreasAna Sofia Machado Da Encarnação (Nº 30757) da Licenciatura Bi-Etápica Em Fisioterapia com a média de 16,2 valores

- PRÉMIOS DELTA
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Melhor aluno oriundo dos PALOP dos cursos de ciências e engenhariaMilton Armando Cunguara (nº 32045) da licenciatura em Engenharia Electrónica e Telecomunicações com média de 16,2 valores
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Melhor aluno bolseiro dos Serviços de Acção Social
Catarina Isabel Brás Serra de Almeida Fortunato (nº 35563) da Licenciatura em Ensino de Música com média de 17,3 valores
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- PRÉMIO DOUTOR VALE GUIMARÃES
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Melhor aluno do Distrito de AveiroAna Teresa Maia de Almeida (nº 30190) da Licenciatura em Línguas e Relações Empresariais com média de 17,6 valores
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- PRÉMIO PROF. DOUTOR EGAS MONIZ
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Melhor aluno da Universidade de Aveiro ainda não contemplado com este prémioArtur Ribeiro Fernandes (nº 33752) da Licenciatura em Biologia com média de 18,0 valores

Fotografias de Timor

Viagem para Ainaro, Timor-Leste

25 de setembro de 2007

Na Linha Da Utopia

Aveiro é nosso!
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1. Que seria de Aveiro sem os estudantes?! Esta pergunta simples – feita no presente – conduz-nos à visão que, ao longo de mais de três décadas passadas, faz hoje de Aveiro uma “cidade dos estudantes” voltada para o futuro.
A “hora” é a do melhor acolhimento de todos, no esforço dedicado de bem receber aqueles que chegam pela primeira vez e os que continuam o seu estudo. Associações de Estudantes e todos os múltiplos serviços abrem a casa para que todos (os que vêm de todo o país e de muitos outros países) se sintam em casa.
2. É formidável sentir o grito da cor e da expectativa dos que pela primeira vez abarcam em Aveiro. Do seu grito “Aveiro é nosso!” sente-se a rápida identificação e o gosto de logo viverem os ares desta dinâmica região aveirense.
O passar do testemunho das tradições da “faina académica”, especialmente também em tempos de curso mais concentrado (Bolonha) afirmar-se-á como tarefa fundamental para uma pertença dinâmica na vida de uma desejada comunidade plural aberta aos saberes universais.
3. Aos estudantes (que são a razão de ser e o centro de referência das instituições de ensino e do seu múltiplo acompanhamento), hoje é colocada em suas mãos a oportunidade de um curso que é sempre uma responsabilidade social.
Um curso que nunca será uma meta em si mesmo, mas aquela “ferramenta” para depois continuar a aprender fazendo. Por isso, será tanto maior o sucesso quanto a vida do curso tiver lugar para as mais variadas experiências de vida, criatividade e de serviço à comunidade.
4. Os números europeus não nos são famosos: os estudantes portugueses são dos que menos participam na vida social e cultural da comunidade. É um facto, é um hábito (ainda) que habita as entranhas de muita da nossa cultura portuguesa, onde o deixar andar é regra.
Tal como “Aveiro é nosso!”, venha esse “choque cultural” de uma dinâmica motivação, pertença e presença, na vida cultural muito para além da especialidade de cada um...Quanto mais conhecermos, melhor serviremos!
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Alexandre Cruz [25.09.2007]

Na Linha Da Utopia

Seringas e causas
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1. Este mundo não é mesmo o melhor dos mundos, é o mundo possível. Mas as soluções para os problemas sociais, tanto não poderão perder o contacto “cru” com as realidades como não se poderá decidir na base de um pragmatismo que se esquece de iluminar as razões das problemáticas existentes. O caso do Programa Específico de Troca de Seringas (projecto-piloto, experiência), aprovado no Parlamento há meses ao fim de 15 anos de discussão é o espelho desta mesma ansiedade da história e da gestão do bem comum.
2. Não sabemos se se deve ou não realizar esta troca de seringas nas prisões (se será o mal menor ou não), mas o que nos parece é que vivemos um tempo em que a gestão do que é comum (e nisto, mesmo os dinheiros públicos) são aplicados talvez mais nas consequências (e por isso nas coisas) que nas “causas”. É certo que, com realismo, todas as palavras dos bons costumes pouco valem em contextos onde a própria humanidade pessoal está, porventura, deteriorada, sem capacidade de fortalecer uma vontade libertadora do pesadelo da droga. Mas, persistimos que o investimento fundamental – mesmo como “sinal social” - deverá ser na formação.
3. Os ecos não se fazem esperar. Das perto de 13 mil pessoas presidiárias em Portugal, quase um terço vive o contacto com o flagelo da droga. Nestes dias, testemunhos de antigos reclusos viventes desse ambiente sublinham tanto o erro da troca de seringas, como, por semelhança, a bebida ao alcoólico e a cada um a sua dose de vício. E ainda, a tão simples pergunta habitual: as pessoas que toda a vida sempre lutaram e vêm-se na necessidade de esperar anos por cirurgia, que sentem destes prontos investimentos em seringas, no aborto,…?
4. É certo, cada coisa no seu lugar, cada problema a sua decisão; e talvez ser um país moderno seja assim mesmo! Mas se este investimento propagador existe, então haverá que olhar mais e melhor, em coerência, para os investimentos fundamentais, tanto da acção social (dos pobres aos desempregados que têm famílias para alimentar), como para aprofundar sobre a função educativa e pedagógica dos espaços presidiários. Enquanto “isto” não agarrarmos continuamos pela rama, em feitiços (de droga) que se podem virar contra os feiticeiros. O terreno é pantanoso!
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Alexandre Cruz [24.09.2007]

24 de setembro de 2007

Citações usadas do lado direito do blog

Errei ao colocar, na barra da direita, uma citação atribuída a Pessoa que encontrei na Internet. Cometi a estupidez de a colocar sem verificar a sua autenticidade. Não vou perder-me em justificações idiotas. Fiz mal e reconheço-o. Apenas queria deixar aqui um pedido de desculpas aos leitores e dizer que só tinha lido a citação que aqui apresento (e que hoje mesmo retiro) e não o poema todo. Se tivesse lido o poema todo, teria percebido que não podia ser de Pessoa. Isso não diminui o meu erro. Agradeço a um leitor anónimo a dica, apesar de que preferiria agradecer a alguém com nome.
A citação, para memória futura:
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Pedras no caminho? Guardo todas,um dia vou construir um castelo… Fernando Pessoa
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Aqui está uma explicação para toda esta embrulhada, que já enganou outros incautos. Terei mais cuidado de ora em diante.

Segunda-feira

As segundas são sempre dias complicados. Não sei por que razão.

Na Linha Da Utopia

O calcanhar do Chelsea

1. Factos são factos. O famoso treinador saiu e um novo treinador entrou. Nada de especial nestas lides do futebol comércio (escândalo com espectáculo), não fosse todo o historial de vitórias inéditas a par da estratégia mediática sempre no fio da navalha, mantendo (em polémicas ou não) cada dia a chama acesa. Assim, muito mais que um simples treinador, este caso envolve tudo o que se poderá considerar como comunicação, inteligência e emoção pública, num país onde o futebol é a própria metáfora original da nação inglesa.
2. O milionário presidente russo do clube londrino é que não compreendeu o jogo onde se meteu. Talvez melhor fosse que o seu jogo económico também fosse mais “limpo” (pelo que parece a sua fortuna petrolífera não lhe permite voltar à justiça da Rússia). A certa altura, quem só sabe lidar com milhões de dinheiro acaba por nada entender do que são as emoções mediáticas, não sabendo ler como actuar. É o caso. Os adeptos adoram (é isso mesmo, é mau, mas é verdade, “adoram”) o treinador que por sua vez sabe lidar com eles e com todos; o treinador que se demite. É o fim!
3. E o futuro? É incrível mas é mesmo assim, o treinador “special” que sai continua a somar milhões, ora no bolso próprio ora na algibeira dos apostadores da (e do) capital. O treinador que entra, aflito, diante de adeptos que querem o seu “pescoço”, aguarda pelos golos dos jogadores que já não querem jogar à bola. Até onde irá o jogo do presidente do clube ex-campeão? Mais que o treinador, o presidente mudo concluirá que em todo este processo ele escolheu ser a vítima favorita dos adeptos. Quanto mais José Mourinho se mostra “livre”, mais Avram Grant (novo treinador) treme e mais ainda o riso do presidente Abramovich se converterá em fuga. Enquanto é tempo e os adeptos deixarem!
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Alexandre Cruz [23.09.07]

21 de setembro de 2007

Cartas para Sakhalin - Diário de Aveiro (16)

Paixões proibidas?

Sempre que me perguntam, no estrangeiro, de onde sou, tenho uma grande dificuldade em dar uma resposta clara. Recordo-me de uma vez, na Indonésia – corria o ano de 2003 – que o meu interlocutor, um guia turístico balinês, olhou algo incrédulo a minha explicação balbuciante e, acredito que por momentos, terá mesmo suspeitado estar perante um perigoso apátrida. Dizia-lhe eu que tinha nascido em Angola, tendo depois de 1975 ido viver para Portugal, mas que estava a trabalhar em Timor-Leste e me sentia uma espécie de cidadão da língua portuguesa.
O meu novo amigo, que me conduzia ao hotel de Bali onde passaria uma noite, em trânsito para Díli, depois de breves instantes em silêncio, de mais algumas explicações, nomeadamente do que significava a expressão do poeta “a minha pátria é a língua portuguesa”, exclamou para meu espanto: «Então, também eu sou um pouco dessa pátria!»
Tinha razão, de certa forma, aquele amável indonésio da ilha de Bali. Afinal, admiravelmente, tínhamos tido aquela longa conversa na língua de Camões. Surpreendidos? Como havia muitos portugueses a passar por Bali na sua viagem para Timor e muitos timorenses também, ele havia decidido aprender português, por sua conta e risco, sozinho. E falava lindamente. Além disso, conhecia muito da nossa geografia, da nossa história e da nossa cultura, que admirava, e dizia-se, para minha tristeza, que sou sportinguista, adepto do Futebol Clube do Porto. Tinha descoberto, nos seus estudos, que a língua indonésia tinha dezenas e dezenas de palavras com origem neste pequeno país da Europa, como jenela (janela), sepatu (sapato) e gereja (igreja). A agradável conversa logo se estendeu ao recepcionista do hotel, agora em inglês, com uma abordagem dos laços históricos entre Portugal e a Indonésia, o que justificava, numa situação ímpar, uma sala no Museu Nacional dedicado a Portugal.
Vem esta inesquecível memória a propósito daquilo que é ser português ou, mais precisamente, habitante dessa pátria que é uma língua. Talvez choque muitas pessoas ao dizer que, para mim, é português quem fala a língua e a sente como sua.
Declaro-me, portanto, defensor dessa pátria, acima de quaisquer fronteiras, acima de quaisquer diferenças, acima de todos os conflitos. A língua portuguesa pode e deve ser um espaço de história comum, de pontes culturais, de fraternidade e de paz. Diria que deve ser esse veículo, activo, de promoção do humanismo português, desse Portugal ao jeito do Padre António Vieira ou do filósofo Agostinho da Silva. Um Portugal para além do país físico, para além dos portugueses, que tantos teimam em ver apenas como membro da União Europeia, esquecendo aquela vocação que deu mundos ao mundo.
Esta afirmação que faço tem, é claro, implicações muito para além do simples romantismo que muitos simpaticamente me atribuirão. E é aí que quero chegar. E esqueçam, por favor, qualquer emoção nacionalista, imperialista ou colonialista, que não me agrada nem um pouco. Não é para aí que quero ir. Venham comigo.
Acabou recentemente uma boa série televisiva – “Paixões Proibidas” – baseada na obra de Camilo Castelo Branco, que trouxe para a ribalta a nossa história comum com o Brasil, esse grande Portugal. O período retratado foi aquele em que, depois da fuga da Corte para o Rio de Janeiro, após as invasões napoleónicas, um Império tinha a sua capital fora do seu centro original. Aí se viu como, apesar da feliz independência do Brasil, depois do famoso grito do Ipiranga, saído das goelas do Príncipe D. Pedro – o português que foi o primeiro brasileiro – somos uma família, e é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa. Isto é o que, para nossa desgraça, tanto portugueses como brasileiros esquecem frequentemente, para logo encontrar diferendo nas diferenças (como a pobre discussão sobre a posse da língua), que acabam por nos afastar mais do que o Atlântico. As diferenças constituem a diversidade que dá alma e cor a essa terra imaginária (a língua), unida pelo mar oceano que os portugueses tiveram a coragem transformar em caminho de encontro, nesse feito gigante da gesta humana.
Dizem-se muitas barbaridades por ignorância, ou estupidez, que promovem o afastamento dos povos, como aquela do Caetano Veloso de que os portugueses só tinham ido ao Brasil sugar e matar índios. Perdoamos-lhe pela qualidade da sua música, em português.
Mas também nós temos pecados feios na forma como tratamos os nossos “irmãos”. Não vale a pena esboçar exemplos, que todos reconhecerão no seu dia-a-dia a forma como alguns se referem aos brasileiros, e mesmo aos dos outros países da CPLP. Andamos algures entre a vassalagem política e o racismo imbecil.
A nossa desconfiança em relação aos imigrantes lusófonos muda, porém, quando nos emocionamos com os feitos desses ilustres representantes do país como o nosso velho Pantera Negra (moçambicano), o campeão do mundo de triplo-salto Nélson Évora (cabo-verdiano), a campeã europeia de salto em comprimento Naide Gomes (são-tomense), o Nani do Manchester (cabo-verdiano), o Deco do Barcelona (brasileiro) ou mesmo o nigeriano Francis Obikwelu, recordista europeu dos 100 m, entre tantos outros. Pessoas que vieram para Portugal à procura de uma vida melhor, lutaram contra grandes dificuldades, trabalharam, integraram-se, venceram, e deram um enorme contributo ao país.
Não é apenas no desporto, naturalmente, que temos casos de imigrantes de sucesso. Descobri, por exemplo, ao consultar na Internet o blog “De Rerum Natura”, de conhecidos investigadores da nossa praça, que também grandes cientistas como o Padre Bartolomeu de Gusmão (criador da passarola), José Bonifácio de Andrada e Silva (mineralogista-metalurgista) e Alexandre Ferreira (notável explorador-naturalista) eram, afinal, brasileiros, nascidos respectivamente em Santos (São Paulo), os dois primeiros, e em São Salvador da Baía, o último.
Podia falar de muitos outros casos – por exemplo na literatura, onde pouco nos interessa onde nasceu o escritor ou o livro –, para mostrar que é mais inspiradora essa pátria do tamanho da língua e da inteligência do que aquela cheia de fronteiras, assentes na pequena mentalidade que nos fechou do mundo e tanto nos prejudicou.
Isso, sejamos sérios, também nos obriga a acolher melhor os imigrantes, todos eles, sejam estrelas de futebol ou pedreiros anónimos.
É preciso vencer a ignorância, os complexos do passado colonial e o medo do desconhecido. Aqui está um novo desafio que não será certamente uma paixão proibida.

20 de setembro de 2007

Fórum UniverSal - 10 de Outubro

No próximo dia 10 de Outubro, mais um fórum UniverSal com Marça Grilo, moderado pelo Prof. José Manuel Moreira da Universidade de Aveiro. A não perder!
A iniciativa, ao jeito de uma conversa informal (tertúlia), decorrerá pelas 21h no CUFC (Centro universitário de Fé e Cultura), em frente ao Departamento de Ambiente da UA.
Não falte!

NA LINHA DA UTOPIA

Escola, pais e filhos

1. Esta é uma relação fundamental. Sem ela o processo educativo ficará a meio do caminho. Mas, a par de tantos outros factores, devemos ainda, nos nossos dias, corresponsabilizar as sociedades civil e da informação e comunicação (hoje global). Todos estes actores, seja na escola pública ou privada, na sua intervenção essencial, revelam-se decisivos para uma coerência (e convergência) interna em ordem a conseguir passar uma mensagem que da “instrução” agarre o todo da pessoa em processo de “educação”.
2. Particularmente, desperte-se para a necessária mudança de mentalidade (que muitos pais ainda têm sobre a escola/educação) de que isso de “educar” é coisa entregue à escola, tal como a formação pessoal mais profunda (mesmo espiritual) está entregue ao local onde se deixam os filhos. É certo que os novos contextos sociais, mesmo tecnológicos a par da sublinhada “falta de tempo”, desafiam grandemente a missão dos pais em educar. Por isso mesmo, e por todos os motivos que se possam apresentar, cada vez mais torna-se imprescindível a sua presença e persistência neste ideal.
3. Pais e educadores atentos e com interesse para com os seus filhos e educandos, especialmente nos anos da formação inicial, representam hoje o segredo de uma vida futura com sentido (pessoal e social), capaz de posterior intervenção cívica. Todo o esforço na educação representa, para cada casa como para cada comunidade, o maior tesouro, na certeza de que “um dia” colhe-se os frutos da atenção cuidada ou os males do desinteresse de quem só vai buscar as notas ou é “parte do problema”.
4. Mesmo com os ansiosos e naturais contextos de dispersão sempre presentes, com o novo ano escolar, seja renovado todo o compromisso de convergência no sentir que cada gesto e cada palavra é um irrepetível “semear” de princípios, critérios e valores. Nesta tarefa, conhecermo-nos (Escola, Pais e Filhos) é a estrutural rampa de lançamento!... Apesar de tudo, haja (o Ser e o) Tempo, é essencial!
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Alexandre Cruz [20.09.2007]

Leitura obrigatória


How donors can increase understanding of the Middle East
John J. MillerAugust 6, 2007
~
Ah, e é sobre o middle east, não sobre o middle west.

19 de setembro de 2007

Boletim STAL Julho 2007

Sem dar atenção às interpretações que o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local faz dos números, considero importante, no entanto, para as diversas leituras, afixar aqui os dados relativos à Despesa Pública com Pessoal em % do PIB:

Dinamarca: 16,8
Suécia: 15,8
Portugal: 13,9
Finlândia: 13,3
França: 13,1
Grácia: 12
Bélgica: 11,9
Reino Unido: 11,1
Itália: 11,0
Espanha: 9,8
Irlanda: 9,7
Holanda: 9,6
Áustria: 9,2
Luxemburgo: 7,8
Alemanha: 7,2
------------------
UE a 15: 10,7
UE a 25: 10,7
EURO Área: 10,2

Gesto Orelhudo

d’Orfeu Associação Cultural e Câmara Municipal de Águeda apresentam

6º Festival “O Gesto Orelhudo”
Águeda, 29 Setembro a 6 Outubro 2007
Cine-Teatro São Pedro e Espaço d’Orfeu

Os holandeses Slampampers voltam ao Gesto Orelhudo,
numa edição recheada de imperdíveis espectáculos.


A associação D'orfeu, em Águeda, está a promover mais uma das suas excepcionais iniciativas, o Gesto Orelhudo. Confira o programa.

Na Linha Da Utopia

Código Penal e…?

A 15 de Setembro entrou em vigor a revisão do Código Penal. O alarme foi dado com o facto de muitos presidiários preventivos verem, agora, as portas abertas, podendo regressar à sociedade. São membros de pleno direito da comunidade e o seu regresso, matéria tão complexa quanto geradora de múltiplos sentimentos, é um facto. Estarão preparados? Estará a sociedade portuguesa preparada? Que preparação, renovação de vida e reabilitação pessoal, tem a pessoa presidiária nos estabelecimentos prisionais?
Sem ‘afunilar’, em matérias de grande amplitude (tratando-se de área de especialidade de extrema complexidade), destaque-se que a revisão do Código Penal, reforça a protecção de vítimas indefesas, de menores e dos crimes sexuais; torna crime o tráfico de pessoas para exploração sexual, a exploração do trabalho ou a extracção de órgãos; também o combate aos crimes contra o ambiente e incêndios florestais sai reforçado. Ainda, lá está contemplada a burla, corrupção e a responsabilidade penal das empresas, sociedades civis ou comerciais, face a um vasto conjunto de crimes previstos no código.
Mas, indo ao centro da questão, destaque-se que no Código são aumentadas as penas alternativas à prisão (até um ano em regime de permanência na habitação, com vigilância electrónica), e mesmo é previsto o alargar da aplicabilidade da substituição da prisão por trabalho a favor da comunidade. Na generalidade, boas notícias, assim exista uma preparação social consciente da parte de todos os actores envolvidos. E é aqui que o assunto fica “torcido”! Todas as previsões são o ideal apontado que pressupõe a plena consciência de presidiário, instituições e sociedade. Que bom seria que esse mundo existisse! (E como o preparamos?!)
Entre tudo se poderá dizer ou não considerar em assunto tão complexo, parece, todavia, que uma área continua por merecer a preocupação essencial: como reabilitar a pessoa presidiária? A este respeito talvez a revisão do Código Penal manifeste mais uma preocupação criminal que a visão de justiça como pedagogia. Não seria possível mais e melhor?
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Alexandre Cruz [19.09.2007]

Relatório da OCDE sobre Educação 2007




Fica aqui o link para o relatório Education at a Glance que faz o retrato desta temática para os países da OCDE. Confira os nossos resultados.

18 de setembro de 2007

Cartas para Sakhalin - Diário de Aveiro (16)

Paixões proibidas?

Sempre que me perguntam, no estrangeiro, de onde sou, tenho uma grande dificuldade em dar uma resposta clara. Recordo-me de uma vez, na Indonésia – corria o ano de 2003 – que o meu interlocutor, um guia turístico balinês, olhou algo incrédulo a minha explicação balbuciante e, acredito que por momentos, terá mesmo suspeitado estar perante um perigoso apátrida. Dizia-lhe eu que tinha nascido em Angola, tendo depois de 1975 ido viver para Portugal, mas que estava a trabalhar em Timor-Leste e me sentia uma espécie de cidadão da língua portuguesa.
O meu novo amigo, que me conduzia ao hotel de Bali onde passaria uma noite, em trânsito para Díli, depois de breves instantes em silêncio, de mais algumas explicações, nomeadamente do que significava a expressão do poeta “a minha pátria é a língua portuguesa”, exclamou para meu espanto: «Então, também eu sou um pouco dessa pátria!»
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(continua, depois de publicada no Diário de Aveiro)

Na Linha Da Utopia

Um Curso compensa

Há algum tempo pairou no ar a ideia de que acabaria por não valer a pena tirar um curso, pois as dificuldades do mercado de trabalho para os recém-formados apresentar-se-iam como uma garantida certeza.
Esta ideia (de certa forma cómoda, a combater) é um puro engano de quem quer ver a realidade com olhos de passado (e não de futuro), e de quem esperaria o milagre fácil da ligação directa curso-trabalho.
Por estes dias muito tem sido sublinhada (oportunamente, em início de ano escolar) esta certeza firme de que estudar mais cria mais possibilidades de futuro pessoal e profissional, abrindo novas perspectivas à vida.
Esta pedagogia social de um Curso como uma “ferramenta” para toda a vida, mas numa dinâmica de contínua aprendizagem e formação permanentes ao longo de toda a vida, torna-se hoje um imperativo (sempre a sublinhar), sendo mesmo talvez a única alavanca de transformação da comunidade social.
As coisas são claras: nesta sociedade global do conhecimento (onde ele é o motor de tudo), da informação e comunicação, ou essa aptidão polivalente, visionária e comprometida existe cada dia ou o comboio passa e ficaremos em terra.
Os dados estão aí. O recente Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) confirma esta urgência de considerar o estudo e o curso como eixo determinante do desenvolvimento de um país. Mais, Portugal, da União Europeia, é o país onde um curso mais compensa.
Talvez teremos, na aperfeiçoada mudança de mentalidade, de fazer bem alto a “publicidade” desta ideia de que mais formação é garantia de uma vida melhor, ela pode ajudar combater o abandono escolar e o abstencionismo da participação social. Mas, há vida para além do curso! Quanto mais for o horizonte de cultura, de valores e de polivalência, mais cidadão e melhor profissional teremos. Assim seja!
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Alexandre Cruz [18.09.07]

17 de setembro de 2007

Artigo do Embaixador de Portugal no Brasil sobre o Acordo Ortográfico

Fica aqui o link para um importante texto do Embaixador Seixas da Costa, publicado no jornal "Estado de S. Paulo", sobre o Acordo Ortográfico.

Vale a pena verificar que a Embaixada de Portugal no Brasil aderiu à blogosfera e mantém um blog activo!
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Parabéns Sr. Embaixador. Uma lufada de ar fresco na nossa diplomacia.

Na Linha Da Utopia

Receber Dalai Lama?

Angela Merkel, chanceler alemã, aceitou receber oficialmente o Dalai Lama, tal como recebe o Papa ou outro líder de grande religião mundial. A sua visão do futuro passa não pela exclusão, mas pela inclusão pacífica de tudo quanto é manifestação de cultura, interioridade, religião ou filosofia. Saberá Merkel que, numa comunidade viva, o espaço de liberdade religiosa caminha a par do acolhimento por tudo quanto é ideal de paz.
Não sabemos, com rigor as percentagens de budistas na Alemanha, mas não deve andar muito longe da realidade portuguesa. Também algo de semelhante é o facto da Alemanha, como Portugal, em Dezembro 2005 terem assinado com a China um acordo de Parceria Estratégica Global. Claro está, é um acordo tendencialmente económico, onde interessam muito pouco os direitos humanos. E o chamado ocidente pactua com tudo isto…
A história relata-nos que a China comunista invadiu o Tibete em 1959, considerando-o como sua província e organizando o genocídio cultural no desrespeito cabal pelos direitos humanos. Desde esse tempo que o Dalai Lama fugiu para a Índia, onde mora até hoje, gerindo a comunidade do exílio. (O Tibete é considerado o “teto do mundo” pelas suas montanhas da cordilheira dos Himalaias que atingem 4875 metros de altitude.)
Após massacres pelo exército chinês, em 1989 o 14º Dalai Lama (de nome Tenzin Gytaso) recebe o Prémio Nobel da Paz, passando a ser recebido por chefes de Estado, facto que provoca protestos chineses. Perturba à China que em 1999 lança uma forte campanha de difusão do ateísmo no Tibete, toda a paz esperançosa que o Dalai Lama anuncia por esse mundo fora (Dalai Lama que significa Oceano de Sabedoria).
Angela Merkel defende os direitos humanos (no Tibete) sem medos da reacção chinesa. Louvável! Portugal preside à Comissão Europeia e não tem tempo ou tem os “motivos óbvios” (económicos). Se não há tempo para, acima de tudo e todos, defender os direitos humanos, há tempo para quê? Como será, depois, a coerência da defesa dos direitos humanos e a recepção a líderes religiosos? Está mesmo a dignidade humana subjugada à economia?! (Que pergunta!)
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Alexandre Cruz [17.09.07]

Na Linha Da Utopia

Abençoada dúvida de Teresa de Calcutá

Quando dos 10 anos do falecimento de Teresa de Calcutá (pela mesma altura do de Diana) muito se falou acerca da dúvida que a acompanhou em parte significativa da sua vida. Um mundo de mal entendidos e mesmo desencantos pairaram sobre a figura da mãe dos pobres dos pobres de Calcutá.
Talvez, mesmo em muitos meios ligados à área da religião, paire uma ideia pálida de que a santidade é sinónimo de uma linearidade e certeza inquestionáveis. Puro engano, pura ilusão das nuvens, como se a santidade na vida real fosse o viver acima das nuvens.
À condição humana, que se vai entreabrindo na sua realização histórica concreta, pertence a ansiedade, a aridez, a inquietude, a dúvida (quase como se fosse um aguilhão sempre presente). O conhecer-se a si mesmo e o viver a intensidade da vida no mundo, faz com que essa “distância” sempre existente em relação ao absoluto de Deus ganhe contornos de uma hercúlea batalha existencial.
Claro que ao ser “santinho” não pertence nada deste dinamismo criativo; e, no fundo, ser santinho, é algo que não existe, a não ser na mente de quem oculta a grandeza do ser humano que habita em si e vive “à sombra” de imagens que desta ou daquela religião lhe imprimiram, acabando por ocultar a sua própria dignidade humana mais profunda.
Se a dúvida de Teresa é sinal, maior ainda, da sua grandeza, a sua “aposta” desafia todos aqueles que pararam na dúvida, ficando a meio do caminho. Teresa diz-nos que, na sinceridade das dúvidas, haverá que dar passos corajosos no rumo da descoberta do ser-Deus; não um duvidar (metódico) para ficar sempre na mesma. Não um nem sequer duvidar!...
Abençoada dúvida de Teresa que tantos frutos deu! (Já da “dúvida” da Madeleine e da Selecção, nada há a dizer!)
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Alexandre Cruz [13.09.07]

Na Linha Da Utopia

Sim, os livros escolares!

Começa o ano lectivo. Com o início das aulas, as habituais palavras sobre o aumento do preço dos livros e do material escolar, a par também do procurado protagonismo das editoras na mudança de livros de ano para ano. Já lá vão os tempos - e que não regressarão - em que os livros tinham a validade de alguns anos e transitavam de irmão em irmão.
Livros sempre novos…sinal de mais sabedoria e mais qualificada formação? Assim seja, para alunos e para educadores. Naturalmente que os desafios da educação contemporânea não se compadecem com o cristalizar, o parar, o viver no hábito instalado; acompanhar a tempo as inovações torna-se, hoje, um imperativo.
Há dias numa rádio nacional o debate era sobre os livros que são mais caros, havendo testemunhos de despesas na ordem dos 100 a 150 euros. Não duvidamos que às bolsas da nossa asfixiada classe média, a par dos aumentos das taxas de juro, a situação de gestão da vida não é nada fácil, mas…
Talvez valha a pena sublinhar, em destaque, que os livros escolares são para todo o ano e que não se trata de despesa mas de um importante investimento para a formação e qualificação do futuro profissional. Uma pedagogia em relação às virtudes dos livros escolares continua por fazer.
Mesmo fazendo contas, sempre apertadas, à vida, os livros e materiais escolares terão de ser considerados não como algo de periférico, secundário, mas sim como instrumentos de conhecimento, aprendizagem, valores tão necessários ao futuro cidadão.
E porque não considerar os livros adquiridos como um tesouro familiar que cada ano vai entrando em casa? E porque não dizer que, desde já, os livros escolares são a (melhor) prenda de Natal deste ano? E porque não não fazer tanta despesa no Euromilhões e investir mais nos livros escolares?!
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Alexandre Cruz [12.09.07]

Na Linha Da Utopia

12 de Setembro

Tem sido este o dia dos dias em que “estamos”, o dia seguinte depois de uma noite de pesadelo. Há seis anos, neste amanhecer do 12 de Setembro, o pó começava a baixar e das cinzas da capital americana erguia-se a reflexão mundial sobre o que aconteceu, e (mais importante) porque aconteceu.
Líderes políticos e religiosos, académicos e sociais, todos nesse dia proclamaram acreditar na liberdade e na paz, mas, muitas vezes, os hábitos diários empalidecem e comprometem esses mesmos valores desejados nas terras fartas (e às vezes vazias) do ocidente.
Após um muro aberto (Berlim, 1989), outro muro se ergueu no mapa da geopolítica das forças em confronto. Que coisa esta da vida dos humanos, será que é sempre preciso haver alguém do “outro” lado para se procurar novos equilíbrios? Precisam as sociedades do confronto para sobreviverem? Até quando?
Ainda que com muito reconhecimento das diferenças sociais, culturais e religiosas, ainda que ora com esforço ora com indiferença, a verdade é que o rastilho continua aceso e as reflexões sobre os “porquês” para melhor gerir os “para quês” continuam, parece, infecundas. Afinal, em que o 11.09.2001 renovou a ONU?
Talvez, no fundo, não alimentemos o “acreditar” na liberdade e paz que proferimos; talvez ainda não dêmos a importância devida ao fundamental das razões do terrorismo para na “origem” diluir não com armas mas com “valores”; talvez, ainda, a busca do protagonismo e do ter das nações e a ausência de “tempo” não dê margem de manobra.
Tanto foi reflectido, tanto foi feito de bom na procura de pontes de conhecimento mútuo para entendimentos superiores. Mas tão pouco espaço e escasso significado planetário tem, ainda, o projecto Diálogo de Civilizações. Sim, todos vulneráveis…todos em diálogo!
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Alexandre Cruz [11.09.07]

14 de setembro de 2007

Na Linha da Utopia

O blog Cartas para Sakhalin servirá, a partir de hoje, e com orgulho, de plataforma para a edição online de um cronista regular do jornal Diário de Aveiro: o Pe. Alexandre Cruz. As suas crónicas serão aqui editadas depois de terem sido publicadas no Diário.
Fica aqui a primeira, publicada no passado dia 10 de Setembro.
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Na Linha Da Utopia

À Semana!

É isso mesmo! Aceitámos o desafio de escrever de segunda a sexta. Coisas “simplex” da vida, como quem pára um instante e escreve uma ideia simples hoje, porque amanhã haverá a oportunidade para outra.
Pensámos em chamar outros nomes a este espaço. “Um minuto”, foi o primeiro título idealizado, precisamente da ideia de quem pára e escreve ou lê umas linhas em 60 segundos. O segundo nome eleito seria “Salinidades”, sempre no gosto de colocar o sal na comida (não demais por causa da saúde) e na reflexão, este sal do paladar, do gosto e do sentido tão especial da terra “feita” ria e mar para as gentes aveirenses. Por falar nisso, como vão as nossas salinas?! A terceira solução de nome apontado foi, e porque à terceira teria de ser de vez, integrar a palavra Utopia, esse nome da famosa ilha do (inglês cidadão do novo mundo) Tomás Moro (1478-1535) no título desejado. Assim está!
Poderíamos chegar lá de outro modo, mesmo “No Comboio da Utopia”. Mas, por opção, não queremos chegar lá tão rápido, não vá o comboio ser de alta velocidade. Queremos ir devagar. Queremos, simplesmente, embarcar. Colocarmo-nos nessa linha e “ler” alguns sinais do nosso mundo. Coisas simples, como tão simples, afinal, é a vida. Descomplicar (o que é difícil) será o caminho da virtude. Assim, o nome deste espaço será “Na Linha Da Utopia”. Amanhã diremos mais sobre o porquê da sedução dessa ilha utópica.
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(Após quase quatro anos e meio de colaboração – quase semanal, iniciada 25 de Março de 2003 – chega a hora de mudar a forma. Passado é passado! Quanto a esse, quem sabe um dia poderá ser reunido numa edição. Duvidamos, mas, a-ver-vamos! O futuro a Ele pertence!)

Alexandre Cruz

A Origem das Espécies

E, já agora, do Francisco José Viegas:
O cantinho do hooligan.
Mau feitio.Só para que conste, por causa do mau feitio: ontem de manhã, as rádios transmitiram apelos lancinantes do povo para que Scolari se demitisse ou fosse demitido, porque aquilo (andar a bater em sérvios) não se faz. Eu acho que Scolari tem sido um treinador abaixo do razoável, ao nível da burrice média e do primeiro dos jogos com a Grécia. Basta ver os últimos seis jogos da selecção. Miséria. Se fosse por isso, aceitaria que se ponderasse a demissão nesta altura do campeonato. Mas tamanha indignação do povo (acrescentada à indignação de Javier Clemente, cujo penteado é quase tão mau como o de José Antonio Camacho), pedindo moral nos estádios e polícia de costumes nos lares, gritando contra o sangue na estrada e os mosquitos nas albufeiras, indispôs-me a sério. Ao ver tamanha concentração de ex-namoradinhos de Scolari a bradar em nome da moral, deu-me uma vontade fatal de lhe mandar um abraço e de ir a Espanha à procura de sérvios disponíveis para serem agredidos. Não vi a entrevista na RTP, ouvi só o essencial da lamúria de perdão. Que queiram puni-lo por defender um futebol asno, já vêm atrasados. Mas que queiram castigá-lo por motivos destes, entregando-o a Javier Clemente, à UEFA e aos patetas da ordem, não contem comigo; um seleccionador nacional existe para o podermos criticar permanentemente e para lhe encontrarmos defeitos e vícios insuportáveis; mas é nosso e faz-nos jeito. Agora, entregá-lo por causa das «cores nacionais» e do «espírito desportivo» e do «fair play» e do «desgraçadinho do sérvio»? Não. Queremo-lo cá para lhe aplicarmos sarrafadas. Mas só nós.[FJV]

Folha seca

Por concordar, reproduzo aqui um texto do Insurgente:
13 de Setembro de 2007 às 10:26 pm por Migas

Sempre me fez um bocado de confusão a animosidade que existe relativamente a Scolari. Parece-me um instinto suicida, se levarmos em conta que ele é o seleccionador nacional que melhores resultados obteve desde sempre (não esquecer que Otto Glória apenas orientou a selecção durante o Mundial de 1966 e que nessa altura a fase final tinha metade das equipas). Além que é caricato: os críticos de longa data parecem aqueles jogadores à roleta que dizem “vai ver que na próxima sai vermelho“. Às tantas acabam por ter razão. O notável aqui, com mérito de Scolari, é que não saíu “vermelho” durante seis anos. Não me recordo de algum seleccionador ter durado tanto tempo nesta nação de treinadores de bancada.
Mas a lei das probabilidades acaba por vir ao de cima. Os nossos valorosos rapazes estão um bocado preguiçosos e desmotivados (alias, como o resto do país), levando o seleccionador a perder a cabeça. Acho muito bem que Scolari seja penalizado, como seria qualquer jogador, por esse comportamento. Mesmo que seja verdade que Dragutinovic tenha traçado algum paralelo entre alguém na família Scolari e a opinião que Materazzi tem (ou tinha) da irmã de Zidane. Uma multa e uns dois ou três jogos de suspensão não chocaria. Mas a matilha de lobos que anda a rondar Scolari deve pensar bem antes de o trucidar. É que levando em conta a lei das probabilidades e o muito verosímil teorema do JCD, a malta ainda vai passar uns anos à espera que a roleta volte a dar “preto”.

Folha seca

Scolari
Aqui, estamos de acordo que o acto de Scolari é feio, mau e não se deve repetir. estamos de acordo que deverá ter o castigo próprio, como acontece a qualquer outro, jogador, treinador ou elemento do corpo técnico que se porte mal. Assunto encerrado. Não foi bom exemplo.
Mas já não concordamos com essa histeria toda à volta do homem e do seu acto. Isso é tudo uma grande treta.
Nunca gostaram dele e agora querem crucificá-lo! Patetas.
Podemos questionar as suas opções tácticas, claro. Também não concordo com algumas delas. Mas os treinadores de bancada são muitos, e até os outros, os verdadeiros, que, diga-se, nunca fizeram nada de jeito, se esticam muito na cama curta. Nunca a selecção alcançou resultados desportivos tão bons como com Scolari. Nem de perto nem de longe. E nunca se viu o envolvimento que os portugueses têm com a sua "equipa". Podem esbracejar, mas o homem fez muito bem ao futebol português.
Eu sei, nós sabemos, que, sobretudo para os adeptos de um determinado clube, ele nunca foi desejado. Paciência.
Riam um pouco, relaxem, esqueçam. Afinal, é só futebol.

12 de setembro de 2007

Ai Portugal, Portugal

Portugal 1 - Sérvia 1
Selecção faz uma razoável primeira parte, é certo. Mas borrou a pintura na segunda parte, cheia de medo de arriscar, quando os sérvios já não sabiam o que fazer, e voltou a permitir um péssimo resultado. Péssimo, porque, para a qualidade dos nossos jogadores, aquilo foi feio.

Cartas para Sakhalin - Diário de Aveiro (15)

Elementar, meu caro Watson
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O desaparecimento de uma menina inglesa no Algarve há uns meses atrás não deixou ninguém indiferente, pelo que revela de maldade, pela certeza, entre tantas dúvidas, de que um acto imundo, desumano, foi cometido contra uma criança, indefesa, inocente.
A nacionalidade inglesa da família, a habilidade dos pais e a ajuda de elevado nível que parecem ter tido – basta ver a entrada em jogo do primeiro-ministro Gordon Brown e a recepção pelo Papa – garantiram uma mediatização do caso à escala global, o apoio generalizado da opinião pública à “família-vítima”, um reforço dos meios de investigação e até a recolha de fundos para apoiar o desígnio de encontrar a criança.
Os pais de Madeleine promoveram, aconselhados a isso ou não, um circo mediático sem precedentes em casos deste tipo. Os seus esforços para manter o caso nas aberturas dos telejornais e nas primeiras páginas da imprensa escrita foram estrategicamente ponderados. Tiveram um apoio do estado britânico digno de família real. Foram, no meu entendimento, longe demais. Houve mesmo encenações de muito mau gosto, que, por mais que queiramos, não são inocentes. Basta relembrar as idas do casal à missa ou as saídas sempre de mão dada, com a mãe empunhando simbolicamente o peluche da menina (o tal que parece ter odor a cadáver). Jogaram com a comunicação social um jogo perigoso, usando-a, e mesmo manipulando-a, com informações diferentes consoante se tratava da portuguesa ou da inglesa. Procuraram, e, de certa forma, conseguiram (o que não é nada difícil), acender uma previsível guerra mediática nada favorável para este “país do sul”, de belas praias, mas inseguro e de polícias incompetentes. O também candidato a primeiro-ministro, Gordon Brown, já havia dito que iria diligenciar no sentido de pressionar as autoridades portuguesas – quem diria?!
Todas as entrevistas e declarações parecem ter sido cautelosamente fabricadas. Aquele que é o actual assessor de imprensa do primeiro-ministro tinha sido destacado pelo governo britânico para acompanhar o casal, o que fez até meados de Junho.
O controle emocional daquelas pessoas, no contexto do horrível desaparecimento, foi admirável, devo dizê-lo. Um amigo disse-me que não o devia estranhar, pois «os ingleses são assim, “mais frios”». Não sei porquê, estranhei à mesma.
Toda uma história foi-nos contada com um guião que, sendo um drama bem organizado, ia, a pouco e pouco, fazendo sobressair, falhas no cenário, nas personagens e nas suas deixas. Como quando estamos a ver um filme sobre Roma Antiga e vemos passar ao longe um avião a jacto ou nos apercebemos do bom gosto do Imperador quando deixa antever sob as suas vestes um Rolex em ouro. Quando a comunicação social, informada oficial e oficiosamente, começou a transpirar uma tese que contrariava o desaparecimento por rapto, logo os pais se prontificaram para usar o ataque como defesa. Há demasiadas coisas que não batem certo.
O bom senso aconselha prudência nos comentários e a espera obrigatória pelos resultados da investigação. Há demasiada poeira no ar. Há umas nuvens cinzentas a pairar sobre esta investigação que, como noutros casos, procuram, numa chuvinha persistente, anular a validade da investigação e limpar o cenário do crime. Já vimos como isso resulta e no que habitualmente resulta: em nada.
Seria* muito importante que a Polícia Judiciária tivesse mais cuidado com a forma como comunica, que tem sido vergonhosa e coloca em risco muito da sua credibilidade. Onde está, por exemplo, o seu director? Pouco se tem visto a esclarecer o que se tem passado e na defesa do trabalho dos seus homens que estão a dar o corpo ao manifesto.
Nisto tudo, tem estado bem o governo português, por oposição ao inglês, que ainda não se veio meter onde não é chamado. A investigação deve decorrer sem pressões, sem intromissões.
Todos desejaríamos que a verdade fosse diferente daquela que parece ser, que a menina estivesse viva, aparecesse e tudo acabasse bem. Cada vez mais afastada essa possibilidade, como se vai tornando evidente, é primordial que se descubra a verdade e se julguem os culpados.
No meio de tanta emoção pública e difícil discernimento, devo confessar que nunca consegui sentir a empatia generalizada com o casal McCann. Talvez por ter sempre considerado pouco consistente o seu discurso e os ver como culpados de uma negligência inadmissível. Como diria Sherlock Holmes, se for verdade que o casal de médicos sedava os filhos para ir jantar descansadamente com os amigos, a coisa já indicia uma atitude bem mais grave e personalidades bem mais complexas. Elementar, meu caro Watson.
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*Na edição escrita no Diário de Aveiro, por lapso, deixei passar a forma errada "Era" em vez de "Seria"

Lobos

Inspiração para uma nova forma de estar.

11 de setembro de 2007

Memória

11 de Setembro.

10 de setembro de 2007

Cartas para Sakhalin - Diário de Aveiro (15)

Elementar, meu caro Watson

O desaparecimento de uma menina inglesa no Algarve há uns meses atrás não deixou ninguém indiferente, pelo que revela de maldade, pela certeza, entre tantas dúvidas, de que um acto imundo, desumano, foi cometido contra uma criança, indefesa, inocente.
A nacionalidade inglesa da família, a habilidade dos pais e a ajuda de elevado nível que parecem ter tido – basta ver a entrada em jogo do primeiro-ministro Gordon Brown e a recepção pelo Papa – garantiram uma mediatização do caso à escala global, o apoio generalizado da opinião pública à “família-vítima”, um reforço dos meios de investigação e até a recolha de fundos para apoiar o desígnio de encontrar a criança.
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(amanhã no Diário de Aveiro)

«Home, Sweet Home»

A ler, do Eduardo Pitta, sobre o caso dos McCann.

Coisas inexplicáveis - Boaventura Sousa Santos

Não posso deixar de reproduzir o texto de Pacheco Pereira, que cita Boaventura Sousa Santos (numa crónica na Visão), sobre mais esta tentativa de legitimação da "ceifa". Ridículo! Aqui fica:
«A mais completa e total legitimação da "ceifa" dos "verdeufémios" não foi feita por Miguel Portas. Longe disso. Portas ainda hesitou, e enunciou uns "mas", mesmo na sua declaração inicial. Na verdade, a completa legitimação da "ceifa", sem um "mas", sem uma hesitação, foi feita num texto que passou despercebido de Boaventura de Sousa Santos na Visão de 30 de Agosto:
"Frequentemente, um pequeno acontecimento revela aspectos da vida colectiva que, apesar de importantes, permanecem submersos na consciência dos cidadãos e na opinião pública. A destruição de um campo de milho transgénico no Algarve é um desses acontecimentos. Atraves dele revelaram-se, entre outras, as questões da legitimidade das lutas sociais, da propriedade privada, da influência dos interesses económicos nas legislações nacionais, do papel do Estado nos conflitos sociais, da construção social da perigosidade de certos grupos sociais e da possivel nocividade dos organismos geneticamente modificados (OGMs) para a saúde publica.
As lutas sociais são frequentemente compostas de acções legais e ilegais. Os actos fundacionais das democracias modernas foram, quase sem excepção, ilegais: greves e manifestações proibidas, lutas clandestinas, insurreições militares (como 0 25 de Abril), actos que hoje consideramos terroristas (como os do "terrorista" Nelson Mandela). Em certos contextos, os activistas podem escolher entre meios legais e ilegais (como no caso vertente), noutros não tem outra opção que não a da ilegalidade.
A propriedade privada é um alvo dificil, porque as concepções sociais a seu respeito são muito contraditórias e evoluem historicamente. Os primeiros impostos sobre o capital industrial não foram considerados pelos empresários como uma violação do direito de propriedade? Há violacões da propriedade privada que não causam qualquer comoção social apesar de serem graves, por exemplo, os salários em atraso. No caso dos transgénicos, o tratamento do direito de propriedade apresenta contradições flagrantes. Por um lado, a polinização cruzada faz com que culturas convencionais venham a ser contaminadas pelos OGMs, o que, sendo uma violação do direito de propriedade, não levanta nenhum clamor. "
A linguagem é académica, mas a intencionalidade política do artigo é o essencial na sua economia: a acção da "ceifa" tem significado "social" e como "movimento social" comporta uma legitimidade própria, sendo a sua expressão "legal" ou "ilegal" secundária para a sua interpretação, a não ser para os que a criticam. Esses são um "lóbi", uma expressão de interesses, um degrau abaixo dos portadores dos "movimentos sociais".
O texto de Boaventura de Sousa Santos tem o mérito de colocar a discussão da acção dos "verdeufémios" no sítio certo: uma discussão sobre a democracia, a legalidade, a propriedade privada, o direito, e o papel daquilo a que chama "movimentos sociais" (chamar aos "verdeufémios" movimento social já levaria a uma grande discussão). Na verdade, discutir os transgénicos na sequência da "ceifa" é puro benefício do infractor, ou seja, é dar o "sentido" desejado pelos "ceifeiros" à sua acção, o que é uma forma de a justificar.» JPP in Abrupto
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Ainda vale a pena acrescentar: Será que esta gente ainda pensa viver em ditadura? Será que não conseguem distinguir o Estado de Direito em que vivemos?

7 de setembro de 2007

Populaça à porta da Polícia Judiciária

Confesso que me incomoda esta coisa, que não sei se é portuguesa, como dizem, de as pessoas se juntarem à porta das polícias para insultar testemunhas ou arguidos, tanto faz.
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Mas também me irrita este jogo psicológico das assessorias inglesas:
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«"Eles [a polícia] acreditam que têm provas que demonstram que ela de alguma forma está envolvida na morte da filha, o que é completamente ridículo”, referiu à estação britânica de televisão.
“Eles sugerem que foi encontrado sangue num carro que o casal alugou 25 dias depois de a Madeleine ter sido levada", acrescentou Justine McGuiness.» (no JN)
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Mas afinal o que é isto?

Public Choice

A acompanhar:
“A Escolha da Escola Face à Justiça Social: Dilema ou Miragem?
7 e 8 de Setembro, Lisboa

Carlos Queiroz

«É difícil ser estrangeiro lá fora mas é mais difícil ser português em Portugal. E temos que deixar de baixar a cabeça aos Filipes, sendo mais tolerantes connosco e mais exigentes com os outros.»

6 de setembro de 2007

Pavarotti: viverá eternamente

Um homem que marcou a minha consciência do que era ser humano, da grandeza da vida humana, de quão sublime a beleza pode ser. Uma referência para a vida, para amar a vida. A sua voz cristalina, sólida, parecia vinda dos deuses, de Deus.

Cartas para Sakhalin - Diário de Aveiro (14)

Sorte grande ou terminação?

Todos conhecemos casos de abuso do Estado ou da Administração Pública sobre os cidadãos, sobre as pessoas. Todos temos percepção de uma generalizada impotência face a esse gigante.
Por vezes são fruto do mau desempenho e até do mau carácter de alguns dos seus agentes (ou colaboradores, como agora tanto se diz) e dirigentes, que se esquecem que estão ao serviço de todos os cidadãos, sem excepção, ricos ou pobres, poderosos ou fracos. É para isso que se aufere um vencimento que provém dos impostos dos contribuintes, pagos com o árduo esforço de todos os dias, na esperança de termos uma sociedade mais solidária, justa, livre, protegida por uma estrutura que garanta a sua organização e coesão. Na verdade, há quem esqueça que esse esforço é enorme e que, ao contrário daquilo que compramos em regime de concorrência, no que diz respeito aos serviços públicos, não temos grande escolha.
Mas é também o Estado hegemónico e gigante nos meandros da máquina organizativa, da burocracia, do aparelho, das leis e do funcionamento da justiça que, como uma espécie de monstro sem rosto, uma abstracção violenta, invade tantas vezes as nossas vidas, nos suga as energias, os recursos, abusa da nossa liberdade, viola os nossos direitos.
Não quero entrar num discurso demagógico e moralista, apenas sublinhar aquilo que todos sabem. Estamos conscientes, ainda que nos raros momentos de lucidez que a sensação de impotência nos permite, de que muito do que acontece é claramente um problema de cultura, responsabilidade de todos: não participamos como devíamos, não exigimos, temos um discurso e uma prática que são muitas vezes antagónicos. É como quando nos queixamos de que os outros fogem aos impostos, especialmente os grandes empresários – esses avultados pecadores –, mas também arranjamos os nossos subterfúgios para não os pagar – nós podemos cometer o pecadilho, porque temos pouco –, ou quando aceitamos todos os atentados contra o que consideramos certo, apenas porque são perpetrados pelo nosso partido-clube, ou a cunha quando é para alguém da família, e por aí adiante.
Uma coisa é certa, vivemos num país que, 33 anos depois da queda da ditadura, já devia apresentar outra maturidade social. No entanto, sobretudo para os menos fortes e afortunados, a noite democrática, frustração de tantas promessas, repetidas até à náusea, é palco de muitos pesadelos. Numa altura de dificuldades económicas, as coisas pioram e os efeitos perversos do nosso periclitante humanismo, da nossa insensibilidade perante o outro, os seus direitos e as suas carências, e sobretudo perante os nossos deveres, tornam-se mais nefastos. Além dos medíocres abusos patronais tão generalizados, públicos e privados, nomeadamente sob ameaça de despedimento, velada ou não, para subjugar empregados, vulneráveis num clima de elevado desemprego e muitas contas para pagar, temos que aturar os erros e danos causados pelo pai-tirano-Estado no âmbito das suas decisões, processos, atrasos e castigos sem apelo.
A este propósito, o parlamento aprovou recentemente por unanimidade uma lei de responsabilidade extracontratual do Estado cujo objectivo era defender os cidadãos do seu livre arbítrio e habitual impunidade, atribuindo-lhes maior capacidade para exigir indemnizações pelos danos causados. O Presidente da República vetou-a, com a preocupação central de que os seus custos para o erário público (contribuintes) possam ser demasiado elevados e os tribunais, já tão inoperantes, possam ser sobrecarregados com um (adivinhado) crescendo de processos. Por isso, devolveu o diploma ao hemiciclo para que seja revisto e (novas) contas sejam feitas.
Apesar de estar ao lado dos princípios que a lei encerra, o Presidente preferiu defender o sacro-Estado, conjunto dos cidadãos abstractos, em vez de se colocar ao lado das pessoas reais. Assim, em vez de se colocar a pressão na máquina desajeitada, ineficiente, arrogante e por vezes desonesta da Administração, para que funcione melhor, evitando os custos dos seus erros, teremos de aguardar melhores dias, continuando a financiar privadamente, subjugados, a manutenção dos seus podres.
Embora se compreendam, com realismo, as preocupações do Presidente, fica-nos a esperança de que os deputados voltem a fazer as contas e que, quando a lotaria parlamentar andar à roda, nos saia a sorte grande em vez da terminação.
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Nota: tive conhecimento desta decisão do Presidente através do FJV no seu texto O mau estado dos cidadãos em A Origem das Espécies. É também natural que algumas das suas críticas apareçam aqui, pois concordo em absoluto com elas. Just for the record.

CONVITE>>10 de Outubro 21.00h::CUFC


Que Educação/Universidade(s) temos e queremos?

Com Eduardo Marçal Grilo, Ex-Minstro da Educação, Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian

Moderação: José Manuel Moreira Prof. Catedrático UA
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HISTORIAL FÓRUM::UNIVERSAL

Júlio Pedrosa (UA, CNE), Guilherme d’Oliveira Martins (Centro Nacional de Cultura), Fernando Nobre (AMI), Rui Marques (ACIME), Laurinda Alves (Jornalista, XIS Público), Adriano Moreira (CNAVES), Margarida Santos (Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres), Fernando Vieira (CERCIAV), José Carlos de Vasconcelos (JL, Visão), D. Ximenes Belo (Nobel da Paz 1996), João de Deus Ramos (Ex-Embaixador de Portugal na China – Fundação Oriente), Paulo Borges (Associação Agostinho da Silva), Vítor Ferreira (ICS-UL), Élio Maia (CMA), Mons. João Gaspar (Academia Portuguesa de História), Luís de Matos (Mágico), João Fernandes (OIKOS), Martinho Pereira (Banco Alimentar), Luís Antero Reto (ISCTE)

5 de setembro de 2007

Tanto?

Taxa de abandono escolar precoce desceu para os 36,3 por cento este ano

Leitura obrigatória

Chaos in Darfur Rises as Arabs Fight With Arabs

Fundação Calouste Gulbenkian

A newsletter da FCG deste mês traz, como é habitual, notícias importantes. Destaco duas:
- A Fundação vai iniciar um levantamento sistemático do património histórico português construído no Mundo;
- Os documentos do workshop internacional "Vencendo os Desafios da Educação nos PALOP" estão disponíveis no site da FCG.

Gesto Orelhudo

Orelhudos, atenção!
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A Associação Cultural D'Orfeu, em Águeda, tem feito um enorme trabalho de animação do panorama cultural e social do concelho.
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Vale a pena estar atento ao programa da sua próxima iniciativa, cujo cartaz aparece aqui ao lado.
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Fico orgulhoso com os orelhudos da Cor de Mar.
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Associação D'Orfeu

4 de setembro de 2007

Esplendor de Portugal e Memória do Futuro

"Não sou profeta, mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha", José Saramago ao Diário de Notícias de 15 de Julho de 2007

Federação entre Portugal e Espanha é uma ideia "absurda", Cavaco Silva, no Público de 4 de Setembro de 2007
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Parece realmente uma moda. Há muita gente a defender a união ibérica, cada vez mais. Sobretudo no quadro da União Europeia, parece-me mais do que absurda a ideia de Saramago.
Compreendo o que diz, o que dizem. Concordo que estaremos sempre melhor se nos aliarmos aos espanhóis neste mundo globalizado. Julgo até que as estratégias de implementação das duas línguas, em termos internacionais, podiam tocar-se, complementar-se. Do ponto de vista cultural, mais é aquilo que nos une do que aquilo que nos separa, mas também aquilo que nos torna diferentes, com identidade própria, justifica plenamente a nossa independência.
Eu sei que somos maus e que alguns, os neo-iberistas, julgam que era tusdo melhor se os espanhóis nos governassem, mas isso, que também já disse na mesa do café, não devia passar de um desabafo e uma risota, para logo em seguida lembrar Aljubarrota, a padeira, e dar mais uma risada.
De resto, na economia e tal, que venham lá os espanhóis e todos os outros. E, em verdade, que todos aqueles que queiram vir para cá venham e sejam acolhidos. Isso é que é ser português. Agora desculpem lá, mas eu gosto mais do nosso hino e da nossa bandeira.